O Diário e o calendário maia advertem: o mundo não vai acabar. Nem no dia 21

Atualizado em 21 de dezembro de 2012 às 18:02

Se você ainda tinha alguma dúvida, um cientista da Nasa rebate as teorias do apocalipse

Bum

 

O site da Nasa tem sido bombardeado por perguntas as mais estrambóticas possíveis sobre o fim do mundo – que, como você já deve saber a essa altura, não acontece dia 21 de dezembro, como não predisseram os maias. O cientista David Morrison foi encarregado pela agência espacial de responder as questões e produzir vídeos e artigos explicando o absurdo da coisa. Você pode imaginar Morrison em seu jaleco branco, uma caneca de café descafeinado na mão, barba por fazer e caspa, tendo de lidar com isso. “Eu não sei por que eles nos procuram”, diz ele, que é obrigado a falar sobre o planeta Nibiru, por exemplo, inventado por um economista e escritor de ficção científica, numa prova de que essas duas disciplinas têm muito em comum. “Provavelmente porque não há mais ninguém a quem apelar”. Na China, o governo está lidando com grupos religiosos que apregoam o juízo final. Li Qiyhuan foi um dos chineses a construir uma arca de Noé, como você vê abaixo.

Na Rússia, o premiê Vladimir Putin fez um pronunciamento oficial. “Eu sei que o mundo vai acabar”, afirmou. “Vai ser em 4.5 bilhões de anos, aproximadamente. Tanto quanto posso lembrar, é por causa do sistema de funcionamento do sol”.

Se você está preocupado, ou tem amigos preocupados, ou não tem o que fazer, o Diário lista os principais argumentos de Morrison para as teorias mais frequentes com relação ao Dia do Juízo Final. Que, segundo os mais, não é amanhã, aliás.

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“Há um temor generalizado e desnecessário sobre o dia do juízo final em 21 de dezembro de 2012. Algumas pessoas se preocupam com uma profecia maia do fim do mundo, outras temem uma variedade de ameaças astronômicas, como a colisão com um planeta errante. Estes são alguns fatos breves que abordam tais temores apocalípticos.

Calendário Maia: O calendário maia, que é composto por diferentes ciclos de contagem de dias, não termina este ano. Em vez disso, um ciclo de 144.000 dias (394 anos) termina e o ciclo seguinte começa.

Profecia Maia: Os antigos maias não previram o fim do mundo ou qualquer desastre em dezembro de 2012. Tais previsões catastróficas são uma farsa moderna.

Planeta Nibiru: Nibiru é provavelmente o nome de um deus menor da antiga cultura da Mesopotâmia. Não há planeta chamado Nibiru e os livros de ficção do economista Zecharia Sitchin sobre uma civilização nesse planeta são uma farsa.

Planeta do mal voltado para a Terra: Na última década, tem havido relatos de objetos (Planeta X, ou Nibiru, ou Hercubolus, ou mesmo Cometa Elenin) que colidiriam com a Terra em dezembro de 2012. Estas afirmações não são verdadeiras. Se algo de ameaçador existisse, seria um dos objetos mais brilhantes do céu, e os astrônomos o teriam acompanhado há anos. Se ele existisse, a gravidade seria capaz de distorcer as órbitas dos planetas, especialmente a da Terra e a de Marte. Os astrônomos sabem que ele não existe.

Alinhamento dos planetas: não há alinhamento de planetas em dezembro 2012. Existe um alinhamento entre a Terra, o Sol e o centro de nossa galáxia no final de dezembro, mas isso acontece todos os anos. Em todo caso, os alinhamentos dos planeta não teriam nenhum efeito sobre a Terra.

Alteração nos pólos: Não há nada de estranho neste ano em ambos os pólos magnéticos ou na rotação da Terra. A polaridade magnética muda a cada milhão de anos ou mais, mas isso não está acontecendo agora, e provavelmente levará milhares de anos para isso acontecer. A mudança súbita no eixo de rotação não aconteceu e não é possível. Se houvesse qualquer alteração na rotação da Terra, ela seria imediatamente perceptível pela falha de nossos sistemas de GPS.

Aumento de desastres: Nosso planeta está se comportando normalmente em 2012, embora haja mais e mais notícias sobre desastres naturais. Não houve qualquer aumento no número de terremotos ou erupções vulcânicas. Houve um aumento nos fenômenos extremos, incluindo secas e enchentes, que são em parte decorrentes do aquecimento global, mas isso não tem nada a ver com um juízo final em 2012.

Explosões solares: o ciclo de atividade contínua do sol, de 11 anos, deverá atingir o pico em 2013, não 2012. Explosões solares podem danificar satélites em órbita, mas não vão ferir-nos na superfície da Terra. A potência máxima solar de 2013 está prevista para ser menor do que a média, e não maior.

Conspiração Bunker: Acusações de que o governo está fazendo um enorme acobertamento de dados são absurdas. Nenhum governo poderia esconder um planeta ou manter o silêncio de milhares de cientistas. Rumores de que enormes bunkers foram construídos nos EUA ou em outro lugar para abrigar a elite são mentiras. Aparentemente, algumas pessoas estão construindo abrigos particulares, mas o medo de 2012 é absurdo e elas estão desperdiçando seu dinheiro.

Assustar crianças: O grupo mais vulnerável a reivindicações apocalípticas são as crianças. Os professores relatam que muitos de seus alunos estão assustados e alguns estão mesmo considerando o suicídio. Essa é a consequência mais trágica da “brincadeira” de 2012.

O fim do mundo: A idéia do súbito fim do mundo, por qualquer causa, é absurda. A Terra já está aqui há mais de 4 bilhões de anos e ficará mais alguns bilhões de anos antes que o sol torne nosso planeta inabitável. Enquanto isso, não há nenhuma ameaça astronômica ou geológica que possa destruir a Terra.

Cosmofobia: Muitos jovens me escrevem dizendo que estão com medo de astronomia. Quando leem sobre alguma nova descoberta, a primeira coisa que pensam é que ela poderia feri-los, mesmo que esteja acontecendo em uma galáxia distante. Não há nenhuma razão para tais temores, que eu chamo de cosmofobia (medo do universo). Essa onda parece ser o resultado de teorias da conspiração e muitas histórias sensacionalistas disponíveis na Internet e em meios de comunicação irresponsáveis. Objetos astronômicos estão tão distantes que não podem ameaçar a Terra. Por favor, não tenha medo do sol ou dos planetas, cometas e asteróides. O universo não é seu inimigo.”