A absurda invasão do metrô pela PM no último ato do Passe Livre, segundo nosso enviado

Atualizado em 28 de janeiro de 2015 às 10:04

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Um protesto só acaba quando termina. Após mais uma manifestação com “início, meio e fim” (apenas a segunda entre as cinco promovidas pelo Movimento Passe Livre deste ano), o 5º ato contra a tarifa que havia iniciado no Largo da Batata e depois de passar por vias importantes, retornou ao mesmo local para o último jogral.

O MPL tem comemorado atos que chegam ao seu fim sem sofrer interferências. “Pra gente é muito importante o ato começar e terminar do jeito que a gente planejou, da maneira como a gente pretendia e não na porta da delegacia, ou apanhando e levando bombas de gás”, afirmou Lucas Legume, representante do movimento.

Tudo parecia ter transcorrido bem (ainda que tenham ocorrido alguns momentos tensos como quando a polícia fechou a Marginal Pinheiros e obrigou a manifestação a percorrer um longo trecho em uma rua totalmente às escuras) e o ato foi concluído. Só que não.

Dado o encerramento, alguns manifestantes se encaminharam para a estação Faria Lima na linha 4-amarela do metrô e uma tentativa de “catracaço” terminou em confusão.

Seguranças do metrô impediram a passagem e um pequeno grupo decidiu ocupar a estação. Como os manifestantes não arredavam pé, o responsável pela estação pediu e a tropa de choque entrou em ação.

Bombas de gás foram lançadas dentro da estação e fizeram muitas pessoas passarem mal, inclusive policiais (um deles precisou ser socorrido). A fumaça chegou às plataformas e provocou pânico entre os usuários. De quem parte a ideia de uma ação como essas só deus sabe. Questionados, os comandantes dessas operações sempre escapam pela tangente.

Ao final, duas pessoas detidas e centenas chorando, tossindo, vomitando. O ato havia tido início, meio e fim mas, nos acréscimos, não contava com a astúcia da PM.