A China está certa

Atualizado em 26 de maio de 2013 às 16:53
Teddy Roosevel pregava a guerra e ganhou o Nobel da Paz

Nobel da Paz?

Ou da discórdia?

Qual o sentido em premiar um chinês que está preso senão o de criar confusão com a bofetada moral na China?

O Nobel da Paz é uma coleção de asneiras. Gandhi não ganhou, mas Teddy Roosevelt, o presidente americano que achava que um país muito tempo em paz perdia virilidade, sim. Roosevelt em carta disse se orgulhar de ter matado um homem com as próprias mãos numa guerra.

No ano passado, Obama foi premiado, ele em  cuja gestão o uso de drones (aviões teleguiados) no Oriente Médio  aumentou em relação a Bush. Mais drones significam mais civis mortos. Crianças, mulheres, velhos.

Claro que os países ocidentais aproveitaram para dar uma lição de moral na China e exigir a libertação de Liu Xiaobo, o ganhador do Nobel . Ora. O Ocidente nunca vai vencer sua arrogância míope e estúpida? Os chineses têm viva na memória as Guerras do Ópio, no século 19, e as atrocidades dos mesmos ocidentais que agora fingem que são donos da civilidade. Os britânicos impuseram o ópio na China com canhões. O ópio foi a maneira que a Inglaterra encontrara para equilibrar a balança comercial com os chineses, dos quais compravam chá, seda e porcelana.  Derrotada a China, a Grã Bretanha e seus aliados ocidentais fatiaram-na. Os britânicos ficaram com Hong Kong por 100 anos.

Os chineses lembram bem de tudo isso. E abominam a idéia de que os ocidentais queiram lhes dar, mais uma vez, ordens. Até ontem o Ocidente matava judeus na Alemanha, segregava negros nos Estados Unidos, extorquia colônias na Inglaterra e na França: de onde vem esse doentio e bélico senso de superioridade?

Por que os responsáveis  pela premiação não escolheram algum líder religioso muçulmano que está se batendo pela paz no choque de civilizações que engolfa o mundo hoje? Porque isso iria desagradar os americanos. Isso conta muito, e é uma pena.

E então a decisão foi fazer, mais que um reconhecimento a um cruzado do pacifismo, uma provocação que semeia tudo menos paz.