A culpa é de Marx: o separatismo da Escócia se ampara em reivindicações sociais

Atualizado em 3 de novembro de 2014 às 12:05

escócia

Publicado no El Pais.

 

Dos alto-falantes de um carro com janelas abertas, parado em um semáforo da Dumbarton Road, sai a todo volume Waiting for the Great Leap Forward (“esperando o grande salto adiante”), hino composto pelo trovador marxista inglês Billy Bragg. E parece a trilha sonora perfeita para o ambiente de expectativa que se respirava neste pequeno parque no bairro proletário de Partick, no último fim de semana antes do referendo sobre a independência da Escócia. A cada dois sábados, este lugar, encravado entre o luxuoso bairro alto de Glasgow e as moradias sociais para os operários da maltratada indústria naval, acolhe uma humilde feira agrícola, hoje salpicada com bandeirolas nas cores azul e branca que tremulam ao vento com uma mesma palavra: Yes.

Calum McLeod e Chris Pendergost, de 27 e 28 anos, estavam nas fraldas quando Bragg escreveu essa canção que, lá no semáforo da esquina, idealiza uma revolução socialista. Tampouco se entendiam por gente quando Margaret Thatcher afundou para sempre o Partido Conservador no lado de cá da fronteira. Mas se lembram “da guerra do Iraque, do novo trabalhismo, da crise bancária e de muitas outras coisas”. Por isso estão fazendo campanha pelo sim.

 

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