A garota que expôs o ‘pintinho’ inquieto de Feliciano é uma heroína. Por Paulo Nogueira

Atualizado em 4 de agosto de 2016 às 10:27
Uma heroína, mesmo que recue
Uma heroína, mesmo que recue

Boechat famosamente mandou Malafaia procurar uma rola.

A busca, caso efetivada, não vai dar em nada se Malafaia recorrer a Feliciano. Porque ali, segundo uma jovem que acusa com pesadas evidências Feliciano de atacá-la sexualmente, o que existe é um mero “pintinho”.

Esta a grande frase de um áudio em que a garota conversa com um aparente intermediário do pastor interessado em convencê-la a se calar. “Se vale um conselho, manda o Feliciano aquietar o pintinho dele.”

Clap, clap, clap. De pé.

Muita coisa ainda vai acontecer no escândalo sexual de Feliciano. Os poderosos farão um esforço incrível para transformar a vítima em culpada.

Mas uma coisa é certa: Feliciano jamais será o mesmo. As pessoas rirão dele. Escarnecerão dele. Terão vontade de gargalhar ou de vomitar a cada vez que ele fizer um pronunciamento moralista em defesa da família cristã.

Feliciano virou, seja qual for o desfecho do caso, um morto vivo na política, uma piada ambulante, um símbolo eterno de hipocrisia e de corrupção moral.

Homens como ele levaram a política nacional a um estado de degradação jamais visto. Feliciano só não é tão deletério quanto Eduardo Cunha porque tem menos poder.

A menina que ousou denunciá-lo é uma heroína. Mesmo que, intimidada, assustada, encurralada, aterrorizada, recue, ela já prestou um serviço inestimável à sociedade.

Expôs um câncer. Ou, para usar as palavras dela, um pintinho capaz de enormes, descomunais safadezas.