A lei é para todos: delegada da PF que mandou prender reitor da UFSC que se matou é promovida. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 1 de dezembro de 2017 às 12:02
A delegada Érika Marena entre atores do filme da Lava Jato

 

A delegada Érika Mialik Marena será confirmada como a nova superintendente da Polícia Federal em Sergipe. A decisão foi tomada pelo diretor-geral da PF, Fernando Segovia, informa o colunista Matheus Leitão no G1.

“Érika atuou na Operação Lava Jato até o final de 2016, quando deixou a força-tarefa para chefiar a área de combate à corrupção e desvios de verbas públicas da superintendência da PF em Santa Catarina”, diz o jornalista.

Ela terá “uma ‘super missão’ em Sergipe, já que o estado tem os piores indicadores de sucesso no combate ao crime organizado”.

Érika Mialik Marena foi a coordenadora da operação Ouvidos Moucos, que investiga irregularidades na UFSC.

O reitor Luis Carlos Cancellier se matou há dois meses depois de denunciar “a humilhação e o vexame” a que vinha sendo submetido.

repórter Marcelo Auler conta que ela tenta na Justiça censurá-lo e ao Estadão. Érika pede indenização de 70 mil reais ao jornal paulista pela matéria “Delegados da Lava Jato exaltam Aécio e atacam PT na rede”. Segundo a reportagem, ela usava o codinome “Herycka Herycka” no Facebook.

Érika havia questionado a soltura do reitor Cancellier e de mais seis pessoas, determinada pela juíza Marjorie Cristina Freiberger. Ele tentava “obstaculizar investigações internas”, falou.

A operação mobilizou 105 policiais. Cancellier não era acusado de ter desviado dinheiro. O resultado da apuração, por enquanto, se resume à morte trágica de Cancellier.

O matemático Acioli Antônio de Olivo pediu que o Ministério da Justiça abra um “procedimento de responsabilidade administrativa, civil e penal” para apurar a conduta de Érika, que solicitou as prisões.

Com um cadáver nas costas, Érika nunca foi instada a se explicar. Ganha agora do novo chefe, Segovia, uma promoção. A lei é para todos.