A PEC da Morte tem que ser derrotada nas ruas. Por Paulo Nogueira

Atualizado em 13 de dezembro de 2016 às 15:06
O pior Congresso que o dinheiro pôde comprar
O pior Congresso que o dinheiro pôde comprar

Quer dizer: o maior problema do Brasil é a humilhante desigualdade social, o contraste intolerável entre os extremos de opulência e de miséria.

E neste cenário desanimador um Congresso eleito pela plutocracia e bombardeado de acusações de corrupção acaba de dar uma contribuição milionária para que se amplie ainda mais a desigualdade com a infame PEC da Morte.

Os pobres serão prejudicados e os ricos favorecidos: numa palavra, esta a lógica sinistra da PEC.

Como este pesadelo pôde acontecer? Eis uma questão que caberá à posteridade responder, ou ao menos tentar.

Pouco mais de dois anos atrás, 54 milhões de brasileiros escolheram o caminho oposto ao da PEC da Morte.

E deu no que deu.

Repare que é um programa que nem Aécio em sua campanha defendeu. Ele jamais falou em controlar o salário mínino ou cortar programas sociais.

Um pacote da natureza da PAC da Morte exigiria a legitimação das urnas. O que temos, em vez disso, é a ação ardilosa e subterrânia de um Congresso cujo caráter está demonstrado na primeira delação da Odebrecht.

É muita pretensão da plutocracia imaginar que este assalto às políticas públicas vai ser engolido pacificamente pelos brasileiros.

Há uma convulsão social à vista. Chegar a 2018 sob estas condições degradantes é simplesmente impossível.

Não haverá paz enquanto as coisas estiverem como estão.

O primeiro passo para a pacificação todos sabemos: saída de Temer e diretas já.

Sem isso, é o caos — e ninguém poderá depois alegar que não podia imaginar o que viria.