A responsabilidade da própria Globo na agressão a Caco Barcellos. Por Paulo Nogueira

Atualizado em 17 de novembro de 2016 às 9:56

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Lastimável, absolutamente lastimável a agressão a Caco Barcellos.

Mas não surpreendente.

O ódio que a Globo inspira transbordou e acabou por se transmitir aos jornalistas da casa, todos eles — incluído aí CB, que sempre gozou de boa imagem mesmo entre o público progressista.

A Globo tem que olhar para o espelho na hora de discutir os motivos da agressão a CB. Qualquer explicação que não inclua o comportamento da própria Globo não merecerá respeito.

A Globo é, hoje, a principal insufladora de ódio do Brasil. Um levantamento feito a pedido do Instituto Lula mostrou que nos últimos meses o Jornal Naciona despejou 13 horas de massacre sobre Lula. Uns esparsos minutos foram neutros. Noticiário positivo: nem um único segundo.

O documento foi entregue à ONU pelos advogados de Lula. Você pode lê-lo aqui.

O que a Globo imagina que vai colher com este tipo de atitude de guerra? Flores, simpatia?

Rapidamente a Globo involuiu para o horror que despertava na época da ditadura militar. Com um fator adicional: sua má fama não é mais apenas nacional. É mundial.

O episódio de ontem deveria ser um potente sinal de alerta para os donos da emissora: o que estamos fazendo com nosso negócio?

Os Marinhos deveriam também refletir sobre seus funcionários. A segurança deles está em crescente risco em razão da empresa em que trabalham.

Se até Caco Barcellos foi agredido, que dizer de outros mais diretamente vinculados à propagação do noticiário desonesto — criminosamente desonesto — que a empresa propaga?

A Globo provavelmente tentará se vitimizar no caso CB. Mas não vai enganar ninguém — nem a si própria.