A resposta do Porta dos Fundos está à altura da ignorância coxinha. Por Nathali Macedo

Atualizado em 11 de abril de 2016 às 16:29

Captura de Tela 2016-04-11 às 16.13.59

O sarcasmo é um bálsamo. Um santo remédio para aquelas situações em que qualquer explicação séria é obsoleta diante do óbvio.

O Porta dos Fundos sabe disso, e respondeu com esse habitual sarcasmo ao boicote (risos) de alguns seguidores de direita ao canal do grupo do Youtube.

Depois do “Delação” — esquete na qual os humoristas satirizam a parcialidade da Operação Lava Jato — foram feitas campanhas de boicote ao canal, que resultaram em algumas dezenas de milhares de seguidores perdidos.

O grupo poderia ter emitido uma nota séria desmentindo os tantos boatos inventados depois da publicação do vídeo, dentre os quais a acusação de que eles recebem milhões para defender o governo em seus vídeos, ou que defendem bandidos e a volta do comunismo.

Mas essas acusações são, de fato, tão estapafúrdias que não merecem sequer uma resposta séria.

Em vez disso, o grupo publicou outro vídeo em que eles próprios aparecem tentando esconder propina enquanto brindam com champanhe e caviar à volta do comunismo.
E isso significa muito mais do que o talento nato do novo humor brasileiro para fazer piada com absolutamente tudo. Representa, acima de tudo, que o Porta dos Fundos não dá a mínima para o boicote da coxinhada – quem, afinal, gostaria de fazer um trabalho inteligente e de humor ácido pra ser assistido por uma direita que ainda ri do Zorra Total?

O recado foi dado: eles continuarão falando do que bem entenderem e como bem entenderem, e conferindo ao humor a mais nobre das funções: a de patetizar uma direita fascista que idolatra um pato gigante.

Os coxinhas não entenderam a piada e não entenderam, sobretudo, que eles são a piada. Melhor mesmo continuarem rindo do humor caricato e insosso da globo.