A teoria do domínio do fato e a mulher do Cunha. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 10 de outubro de 2015 às 8:51
Cláudia Cruz e o marido
Cláudia Cruz e o marido

 

“Foi a mulher mais bonita que eu vi na minha vida. Eu não me senti digno de estar no mesmo lugar que ela”.

Assim um colega que trabalhou na Globo me relatou o encontro que teve com Cláudia Cruz, mulher de Eduardo Cunha. Ele fora contratado para trabalhar na emissora na época em que ela apresentava o jornal local no Rio de Janeiro.

Embora a justificativa tenha sido outra, Cláudia foi demitida por causa de Cunha, cujas “trapalhadas” — apud FHC — começavam a aparecer. Os dois se conheceram na Telerj.

Meu amigo acha que foi injusto. “Ela não tinha culpa pelas barbaridades do marido”, diz ele.

De acordo com a Justiça suíça, uma conta em nome de Cláudia pagou gastos de cartão de crédito, uma academia de tênis na Flórida e cursos na Espanha e no Reino Unido.

O dinheiro seria da propina da Petrobras, mais especificamente de um contrato de US$ 34,5 milhões relativo à compra de um campo de exploração em Benin, na África.

O treinador, mestre das raquetadas, se chama Nick Bollettieri, que tem no currículo aulas para estrelas como Andre Agassi, Boris Becker e as irmãs Williams.

Cláudia é uma mulher discreta. Teve seus 15 minutos de prorrogação de fama nos 50 anos da Rede Globo, quando reclamou, no Facebook de Valeria Monteiro, de ter sido esquecida pela emissora.

Escreveu o seguinte: “Fomos apagadas da história da TV Globo. Eu ainda processei a empresa pela maneira absurda que me demitiram injustamente, mas, mesmo assim, estou na memória da emissora e isso não se apaga. Quanto à você, não entendo… Será que não se lembram que apresentamos o Jornal Hoje juntas, quando nem maquiador para as apresentadoras havia? Quando não tínhamos figurino e, por diversas vezes, aparecemos no ar com a mesma cor de roupa? E lá se vão 26 anos. Eu era uma menina de apenas 21 quando fui contratada para apresentar o Bom Dia Rio. Você já estava lá! Linda! Ser apagada da história é muito ruim. Apresentei o Bom Dia Rio, RJTV 1 e 2, Jornal Hoje e Fantástico por vários anos! E, simplesmente sumi na poeira como castigo por ter acionado a empresa na Justiça, por ter sido injustiçada.”

Agora volta a ser notícia pelos motivos mais tortos, mais ou menos os mesmos que alçaram à fama Andressa Mendonça, a ex-senhora Carlinhos Cachoeira. Cláudia não sabia de nada? Algum jurista precisa explicar como funciona a teoria do domínio do fato com o amor de Eduardo Cunha.