Até quando a imprensa chapa branca vai enganar a população? Por Jean Wyllys

Atualizado em 2 de dezembro de 2017 às 7:13

Desde o primeiro dia após o golpe, a mídia governista está profetizando, como mantra, que “a economia está melhorando”.

Na prática, a população evidentemente percebe diferente. Vê o desemprego seguir a níveis assustadores, aumentar o sub-emprego, o fechamento de salas comerciais e pequenas lojas, a perda de direitos adquiridos e o cancelamento de serviços públicos essenciais – cenário que resulta em uma série de problemas sociais, como a crise da segurança publica.

Hoje, como era de se esperar – principalmente diante da extrema redução dos investimentos públicos – saiu outro dado trimestral com números oficiais da economia, e o resultado veio bem abaixo da expectativa, sinalizando estagnação.

Praticamente zero (0,1%) de crescimento, cerca de um quinto do que previam os economistas ouvidos pela maioria dos veículos de comunicação. Uma nova prova de que o projeto ultra neoliberal do PMDB e do PSDB (de favorecimento aos especuladores e fraudores, em detrimento da economia real, baseada em produção e consumo) está nos levando para quebradeira.

Mesmo assim, os santos padroeiros da imprensa chapa-branca não arrefecem no discurso ou mostram sinais de crítica. Continuam repetindo o discurso da “melhora”, tentando mexer com o otimismo de grandes investidores, ainda que sem lastro no comportamento do grosso da população, cada vez mais precarizada.

Assim, quero colocar a seguinte questão. Até quando supostos especialistas vão continuar tentando enganar a população, navegando na economia sob a nau de Temer, Aécio, Jucá & Cia, todos esses acusados no inquérito do “quadrilhão” e que estão entregando nossas empresas, a soberania nacional, setores estratégicos do Estado e até as leis do trabalho e de aposentadoria em troca de proteção em denúncias contra eles próprios?

O que está em questão é fundamental para as pessoas. O que vem sendo aplicado aqui não pode ser chamado de um projeto econômico para o Brasil nem muito menos de “ponte para o futuro”. Na verdade, a receita aplicada pelos atuais operadores da economia é antiga, já vimos ser recomendada no passado em um bocado de vezes, sempre por representantes dos mesmos setores rentistas, e a verdade é que os discursos encobrem uma prática velha conhecida dos brasileiros: privilégios para quem pode pagar por eles (inclusive através do governo) e arrocho para quem tem jornadas mais longas e remunerações cada vez menores.

Para o resgate definitivo da economia, é preciso atenção às “fórmulas” e “receitas”, essas palavras dogmáticas que dão a impressão do que está posto é a única alternativa. A olhos nus, vê-se que o argumento da superioridade técnica do neoliberalismo só encobre injustiças e fracasso no desenvolvimento de longo prazo.