Como evitar notícias falsas nas mídias sociais? Por José Eduardo Mendonça

Atualizado em 16 de setembro de 2016 às 1:50

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Como evitar notícias falsas nas mídias sociais?

Graças à mídia social, nunca foi tão fácil levar pessoas a ler e espalhar notícias falsas. Leitores adoram partilhar matérias surpreendentes ou chocantes  e editores, atrás de mais tráfego e receita, adoram publicá-las, muitas vezes sem confirmação direta de que são verdadeiras.

O problema das notícias falsas é o foco do mais recente esforço da First Draft, organização apoiada pelo Google  criada para ajudar redações e outros grupos a melhorar o modo como lidam com fontes e verificação de matérias em mídias sociais.

A nova First Draft Partner Network, anunciada em meados de setembro, vai juntar mais de 30 organizações de notícias (incluindo The New York Times, The Washington Post e BuzzFeed) e empresas de tecnologia como Facebook, Twitter e YouTube a partilhar melhores práticas em como verificar matérias verdadeiras e brecar a disseminação das falsas. As atividades do grupo incluirão programas de treinamento, um conjunto não obrigatório de melhores práticas e o desenvolvimento de uma “plataforma coletiva de verificação”.

A organização que mais se destaca no caso, é claro, é o Facebook, que tem papel enorme em espalhar notícias falsas, graças a sua escala e a natureza de seu algoritmo. A companhia desenvolveu vários esforços para impedir que isso aconteça em sua plataforma, incluindo mudanças  no algoritmo.

Em setembro, por exemplo, o Facebook publicou uma matéria afirmando que bombas, e não aviões, foram responsáveis pelo colapso do World Trade Center no 11 de setembro. A história foi publicada logo depois de o Facebook demitir os editores humanos que dirigiam a seção Trending, onde ela apareceu.

A First Draft Partner Network chega em momento crucial para editores, que usam como parcela crescente de suas matérias as mídias sociais, lembra o Nieman Lab. E isto vem abalando a credibilidade dos leitores, como mostra estudo citado em matéria acima,

Leitores acreditam menos em mídias sociais como fontes de matérias

Coletivas de imprensa, entrevistas ou telefones são formas tradicionais de fontes para que jornalistas escrevam suas matérias. Mas hoje há muito mais fontes disponíveis, como Facebook, Twitter ou Google.

Será que os leitores acham estas novas fontes confiáveis? É o que tentaram saber Sanne Kruikemeier e Sophie Lecheler, da Faculdade de Pesquisa de Comunicação da Universidade de Amsterdam. Deram a 422 participantes de uma pesquisa descrições de como jornalistas buscavam fontes. Os participantes leram dois cenários sobre como encontravam informações para um artigo sobre privacidade de dados. As matérias eram idênticas, com exceção das fontes utilizadas para detalhá-las.

Para alguns participantes a fonte era online, como Google ou Facebook. Para outros, era mais tradicional, como uma entrevista ou um telefonema. No total, os pesquisadores avaliaram 11 fontes possíveis.

A descrição falava de um jornalista pautado para uma matéria. Depois escrevia um esboço dela mas “decidia buscar mais informação em /Twitter/Wikipedia/sites de notícias/uma abordagem em frente ao parlamento/uma coletiva de imprensa/notícias de agências/email com as partes envolvidas/telefonemas”.

O estudo, que será publicado no Journalism Studies, mostrou que leitores achavam abordagens pessoais e entrevistas como consideravelmente mais creditáveis que fontes de mídias sociais. Mas nem todas as fontes online se deram mal em termos de avaliação de credibilidade. O email, por exemplo, recebeu uma nota de credibilidade não estatisticamente distinta de entrevistas.

A equipe de pesquisa adicionou outro elemento importante ao estudo. Aleatoriamente, disse a metade dos pesquisados que o jornalista “verificou e checou a informação obtida de cada fonte”. Quando a verificação aparecia, o processo de coleta de informação era tido como mais confiável.

Os autores se perguntaram se a verificação da informação eliminaria as diferenças de credibilidade das fonte. Talvez a informação verificada através de mídia social seria igualmente confiável à de uma entrevista. Não foi o caso. Mesmo quando a verificação foi incluída, as pessoas ainda acharam algumas fontes mais confiáveis que outras. O Twitter, por exemplo, teve uma nota baixa, não importando se a verificação fosse incluída. Isso deve servir aos jornalistas como material para pensar em como realizar seu trabalho com mais transparência, comenta o American Press Institute.

Twitter foca em streaming ao vivo de notícias de negócios

A empresa se associou com a startup de notícias Cheddar para fazer streaming de conteúdo online sobre tecnologia e finanças. Os programas têm como alvo os milenials.

Como parte da parceria, a Cheddar, que produz conteúdo em vídeo sobre negócios, transmitirá dois novos programas, seu “Opening Bell”, e “Closing Bell”, que irá ao ar exclusivamente no Twitter e falará dos fechamentos de mercado e trará análises em profundidade.

O Twitter é o meio mais rápido de se saber o que acontece no mundo, disse o vice-presidente da empresa Anthony Noto em comunicado à imprensa. “A parceria com a Cheddar vai dar a nosso público outro meio de ver e discutir as principais matérias do dia no momento em que elas acontecem”.

Não é a primeira iniciativa do Twitter com streaming online. No começo deste ano a companhia fez um acordo com a NFL para transmitir 10 jogos desta temporada. Depois, fez uma parceria com a NBA para criar dois programas originais, incluindo um antes dos jogos. Tudo isso para trazer mais receita e atrair novos usuários a seu serviço, na esperança de se manter competitivo com o Facebook, informa The Verge.

Snapchat vai para a França, e outros vão atrás

O Snapchat planeja lançar seu Snapchat Discover na França, e está levando de carona três empresas americanas de mídia.

O app de mídia social introduziu sua seção Discover no começo de 2015 como um hub para empresas de mídia como ESPN e CNN distribuírem conteúdo feito para a plataforma, incluindo vídeos, artigos e animações. Este conteúdo é disponível globalmente e é popular em países de língua inglesa que não os Estados Unidos, diz o Snapchat.

Mas a França será o primeiro país não de língua inglesa para a empresa. Entre os oito parceiros de seu lançamento na França estão companhias de mídia americanas como Vice Media, Tastemade e Cosmopolitan.

Os parceiros franceses incluem Le Monde e Paris Match.

O Snapchat afirma que o Discover tem mais de 100 milhões de visitantes por mês no mundo, e que o próprio app tem 8 milhões de usuários ativos diários na França. Prato cheio para as empresas americanas.

O Vice é ativo na França desde 2007, e está próximo de levar ao país sua rede de cabo Viceland, em parceria com o Canal+.

Tanto a Vice quanto a Cosmopolitan têm já presença internacional, mas o lançamento representa um modo da Tastemade, de quatro anos, acelerar sua expansão global. Ela já começou com o lançamento no Brasil no ano passado de conteúdo distribuído pela Apple TV, conta o Wall Street Journal.