Como o MBL e direitistas ligados a Doria estão ameaçando os autores da campanha da Amazon. Por Zambarda

Atualizado em 1 de abril de 2017 às 9:47

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A Amazon provocou o prefeito João Doria Jr. e ele não gostou.

No dia 27 de março, o vídeo do e-reader Kindle criticou a guerra contra os pichadores. “Cobriram a cidade de cinza” era o mote da campanha.

Doria reagiu no dia seguinte no Facebook, irritado, chamando a empresa de oportunista e pedindo “doações”.

A KaBuM!, que tem recorde de reclamações na internet, deixou de remunerar atletas gamers e foi campeã de reclamações na última edição da Black Friday, aproveitou para anunciar que daria computadores para a prefeitura.

A Microsoft fechou uma parceria de R$ 15 milhões com Doria. Quem podia tirar uma casquinha aproveitou a oportunidade.

A Amazon fez sua tréplica no dia 28. Ao invés de fazer jabá “sem contrapartida” com o prefeito tucano, anunciou e-books gratuitos para a população e uma doação de Kindles sem passar pelo governo.

Foi nesse contexto que começou o inferno da agência de publicidade VML, responsável pelos comerciais. Seus profissionais foram caçados por uma matilha ligada Doria, alguns pagos para exibir seu fanatismo.

No Facebook, a economista e empresária do setor financeiro Renata Barreto, uma espécie de Joice Hasselmann ainda mais sem noção, colunista do site InfoMoney, “denunciou” o diretor de criação Jairo Anderson por ter um posicionamento crítico no impeachment de Dilma em um post com mais de 5 mil curtidas e mil compartilhamentos.

“Passeando pelo Facebook do moço vemos o tipo. Fã de Dilma, ‘é golpe’, ‘Doria coxinha’ e não fala um ‘a’ sobre boas ações do novo prefeito, mas não gosta da cidade cinza. Ainda chama a elite paulistana de ridícula, elite da qual faz parte e para quem faz campanhas. O tiro saiu pela culatra, não foi amiguinho?”, diz ela, numa de suas postagens.

No Twitter, o blogueiro de humor Bobagento achou divertido classificar Anderson de “publicitário canhoto”.

Eles serviram para chamar atenção dos sites como Ceticismo Político, Jornalivre e Instituto Liberal, ligados ao MBL, o braço armado de Doria.

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Renan Santos, um dos coordenadores, declara que a gestão João Doria Jr. é a “visão política” do grupo para as eleições de 2018.

Foi a partir daí que os ataques se intensificaram. Ceticismo Político chamou Jairo de “petista retinto”, “ultraesquerdista”.

Segundo eles, Jairo “se deixou levar por sua agenda e com isso a empresa que o paga se queimou bonito”. Jornalivre reclamou que Jairo Anderson divulga “protestos feministas no Facebook”.

O site do Instituto Liberal de São Paulo, que trata Doria como um deus de botox, deu o “furo”: todos os envolvidos na propaganda do Kindle são petistas.

Um homem chamado Roger ligou na agência de publicidade solicitando entrevista para o Jornalivre. Fez perguntas idiotas até arrematar: “vocês gostam do PT?”.

A ligação ocorreu depois de outros telefonemas anônimos xingando os publicitários de “comunistas”.

A VML foi procurada pela reportagem, mas não comentou o caso.

A ligação entre estes supostos veículos de comunicação, que sequer tem redatores que assinam os artigos, e o MBL foi levantada pelo jornalista Gilberto Dimenstein do Catraca Livre recentemente.

Dimenstein apontou a proximidade do publicitário Andre Kirkelis, da agencia Leo Burnett Tailor Made, com o Movimento Brasil Livre e Fernando Holiday.

Kirkelis reclama publicamente da festa Armazém da Cidade de Dimenstein na Vila Madalena, o que o levou para dar entrevista ao site Antagonista de Diogo Mainardi.

“O Jornalivre, que divulgou as reclamações de Andre Kirkelis, é ajudado pelo MBL e pelo Fernando Holiday. Eu procurei o vereador para que ele me explicasse a história, mas ele se recusa a falar sobre o site que publica ataques contra mim sem nem ter expediente de contato”, disse Dimenstein ao DCM.

O modus operandi do Jornalivre e dos veículos amigos do Movimento Brasil Livre contra a agência da Amazon é o mesmo: destruir reputações de quem pensa de maneira diferente.

O que eles querem é, no mínimo, a demissão de seus adversários. Todos trabalham para Doria, em maior ou menor grau de proximidade, remunerados diretamente ou não.

Constrangimento ilegal é crime previsto no Código Penal. Qual o passo seguinte dessas ameaças? As “doações” dependem da coação dos milicianos?

Doria precisa esclarecer sua relação com essa turma. Nem tudo é marketing. Às vezes é fascismo, mesmo.

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