Cui bono: quem ganha com a especulação do delegado da Lava Jato sobre o “acidente” de Teori? Por Kiko Nogueira

Atualizado em 19 de janeiro de 2017 às 19:16
O delegado Marcio Anselmo, da Lava Jato
O delegado Marcio Anselmo, da Lava Jato

 

Cui bono?

A quem interessa jogar lenha na fogueira de um país em convulsão?

Faz sentido, num momento em que o Brasil vive um clima de consternação e teorias conspiratórias as mais estapafúrdias pululam, um delegado federal sugerir que a morte de Teori Zavascki foi um “acidente”, entre aspas?

Ele sabe de algo que você não sabe?

Foi exatamente o que fez Marcio Adriano Anselmo, estrela da Lava Jato, em seu perfil no Facebook.

Anselmo se declarou “sem palavras para expressar o que estou sentindo”. Ok.

Continuou:

“O ministro Teori lavou a alma do STF à frente da LJ (Lava Jato), surpreendeu a todos pelo extremo zelo com que suportou todo esse período conturbado. Agora, na véspera da homologação da colaboração premiada da Odebrecht, esse ‘acidente’ deve ser investigado a fundo. Sinceramente, se essa notícia se confirmar, e o prenuncio do fim de uma era!”

 

A notícia se confirmou. O que significa “prenúncio do fim de uma era”?

Esse tipo de especulação irresponsável e exibicionismo tem a única serventia de espalhar o caos e o desasossego.

A claque de Anselmo, evidentemente, responde a seu apelo falando em “proteção a Moro”, em autoria dos mesmos que assassinaram Celso Daniel — o diabo a quatro.

Outros tantos pedem a nomeação de Sérgio Moro para o lugar de Teori.

Anselmo é aquele que, segundo matéria do Estadão, chamou Lula de “anta” ao comentar uma notícia falsa no FB.

Em outra postagem, fez um ponderação: “O que é ser homem sério e de respeito? Depende da concepção de cada um. Para Lula realmente Aécio não deve ser”, escreveu.

Cui bono?

 

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