A bronca que Machado tinha de Eça

Atualizado em 27 de maio de 2013 às 16:36

Numa crítica e numa dedicatória o romancista brasileiro mostrou o que pensava do rival português.

Machado
Machado

 

MACHADO E EÇA.  Os dois maiores romancistas da língua portuguesa, com uma certa folga. Dom Casmurro e Os Maias estão na lista curta dos maiores romances da literatura mundial.

Foram contemporâneos. Machado tinha uma implicância com Eça. Ela se mostra em dois momentos absolutamente machadianos. O primeiro é uma crítica que Machado escreve de Primo Basílio, um dos clássicos  de Eça. Nele Luiza, infeliz no casamento, é seduzida pelo Conde Vronsky luso, o seu primo Basílio do título. Depois, é chantageada selvagemente pela empregada. A única lição que se extrai do romance, segundo Machado, é que a “boa vontade dos fâmulos” é fundamental para a paz no adultério.

Fâmulos, como todos sabemos, são empregados.

A segunda bala de Machado aparece na dedicatória a Eça de um livro seu. É a dedicatória mais curta, e mais reveladora, da história: “De Machado de Assis para Eça de Queiroz.”

A jovens jornalistas sempre recomendei que lessem ambos, pedagogicamente, com anotações, para que aprimorassem sua redação.

Só escreve bem quem lê bem.