“De onde vem tanto ódio?”: no Facebook, Mark Zuckerberg fala sobre os neonazistas e em retirar “ameaças”

Atualizado em 16 de agosto de 2017 às 21:47
Zuckerberg

Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, disse que sua rede social vai remover “ameaças violentas”.

Zuckerberg engrossa o coro de empresários de tecnologia que estão expurgando nacionalistas brancos e neonazistas.

Passou da hora de o FB abandonar sua política hipócrita de permitir páginas de ódio fascista e retirar fotos de mães amamentando.

Ele escreveu um post em sua página sobre a marcha neonazista em Charlottesville:

Não nascemos para odiar-nos um ao outro. Não nascemos com visões tão extremas. Podemos não ser capazes de resolver todos os problemas, mas todos temos a responsabilidade de fazer o que podemos. Acredito que podemos fazer alguma coisa sobre as partes da nossa cultura que ensinam uma pessoa a odiar outra pessoa.

É importante que o Facebook seja um local em que as pessoas com diferentes pontos de vista possam partilhar as suas ideias. O debate faz parte de uma sociedade saudável. Mas quando alguém tenta silenciar os outros ou ataca-los com base em quem são ou naquilo em que acreditam, isso magoa-nos a todos e é inaceitável.

Não há lugar para o ódio na nossa comunidade. É por isso que sempre são tomadas providências sobre qualquer publicação que promova ou celebre crimes de ódio ou atos de terrorismo — incluindo o que aconteceu em Charlottesville.

Com prováveis novas marchas, estamos analisando de perto a retirada de ameaças de agressões físicas. Não vamos ser sempre perfeitos, mas tens o meu compromisso de continuar a trabalhar para tornar o Facebook um lugar onde todos possam sentir-se seguros.

Os últimos dias têm sido difíceis de processar. Sei que muitos de nós têm se perguntado de onde vem este ódio. Como judeu, é algo que eu quis saber toda minha vida. É uma vergonha que ainda temos de dizer que os neo-Nazis e os supremacistas brancos estão errados — como se isso não fosse óbvio. Os meus pensamentos estão com as vítimas do ódio ao redor do mundo, e todos os que têm a coragem de enfrentá-lo todos os dias.

Pode haver sempre algum mal no mundo, e talvez não possamos fazer nada em relação a isso. Mas há demasiada polarização na nossa cultura, e podemos fazer alguma coisa a esse respeito. Não há equilíbrio, nuance e profundidade no nosso discurso público, e acredito que podemos fazer alguma coisa a esse respeito. Temos de aproximar as pessoas, e sei que podemos fazer progressos nesse sentido.