E Neymar calou a boca de todos nós. Por Paulo Nogueira

Atualizado em 20 de agosto de 2016 às 20:39
Quem ri por último ...
Quem ri por último …

Para usar a grande frase de Churchill, nunca tantos deveram tanto a um só: Neymar.

Neymar ganhou praticamente sozinho o inédito título olímpico brasileiro.

Foi ferozmente secado pela torcida e pela crônica esportiva.

Torcedores trocaram o nome de Neymar pelo de Marta. Comentaristas criticaram aos berros a indicação de Neymar para ser o capitão do time.

Ora, ora, ora.

Os jogadores o tratavam como “Presidente”, tamanha a deferência. Desde Ronaldo Fenômeno ninguém era chamado assim.

E no entanto a imprensa esportiva dizia que Neymar não podia ser capitão.

Mesmo nos primeiros jogos, em que o Brasil não fez gol, Neymar foi muito acima da média.

Deu os melhores chutes e as melhores assistências, mas parece que os jornalistas esportivos não reparam nisso.

Contra a Alemanha, na final, ele fez toda a diferença. Primeiro no gol de falta, num momento em que a Alemanha controlava o jogo.

Por último, no pênalti que concedeu o ouro ao Brasil. Sua frieza no instante decisivo foi épica. Estava extenuado, mal se aguentava de pé. Mas colocou a bola num lugar em que era impossível o goleiro alemão chegar.

O triunfo olímpico redime o futebol brasileiro. Voltamos a impor respeito. E voltamos a nos respeitar a nós próprios.

E devemos isso a Neymar.

Repito.

Nunca tantos deveram tanto a uma só pessoa: Neymar.