Eduardo Jorge mitou ao reagir à violência homofóbica de Levy Fidelix

Atualizado em 29 de setembro de 2014 às 18:41
Grande momento
Grande momento

“Eduardo Jorge mitou com esse tuíte”, escreveu alguém no Twitter.

Mitou mesmo.

As palavras brutalmente homofóbicas de Levy Fidelix no debate da Record ainda estavam sendo digeridas por pessoas perplexas quando Eduardo Jorge se manifestou no Twitter.

“Ainda chocado com as declarações do Levy”.

Ele encampara, com um retuite, a reação de uma conta que o homenageia com seu nome. Depois, já em sua própria conta, emendou: “Hoje vocês viram o quanto é necessária uma legislação que criminalize a homo/lesbo/transfobia, equiparando-as aos crimes de racismo, né?”

Em 90 segundos, Fidelix construiu uma das mais abomináveis declarações sobre a questão gay. Foi miseravelmente baixo ao dizer que o aparelho excretor não reproduz, e desceu ainda mais na infâmia ao afirmar que as pessoas com esse “problema” devem se tratar, “mas bem longe da gente”.

Neste momento em que escrevo, aos 52 minutos da segunda-feira, a indignação de EJ já havia sido retuitada 1 677 vezes.

A imediata resposta de EJ foi um dos melhores momentos da campanha eleitoral que se aproxima do fim.

Vai entrar para a história das eleições de 2014 como o momento em que o país, confrontado com a homofobia tonitruante de um parasita da política, disse chega.

Criminalizar a homofobia é imperativo. Num futuro breve, manifestações de ódio como a de Fidelix poderão e deverão levar à cadeia.

Eduardo Jorge teve uma noite particularmente apagada no debate da Record.

Seu estoque de gracinhas parecia ter acabado. E ele falou tolices: conseguiu criticar a vinda de médicos cubanos para o Brasil. Chamou-os de “escravos”.

Mas ali, ao reagir aos impropérios de Fidelix, ele se redimiu amplamente da má jornada.

No debate da CNBB, Luciana Genro é quem mitara ao desmascarar a impostura moralista de Aécio Neves ao falar de corrupção fingindo, demagogicamente, que seu partido tem um comportamento virginal na ética.

Neste debate da Record, Eduardo Jorge mitou com um tuíte que representa a indignação não de uma comunidade específica, a LGBT – mas de toda uma sociedade que já se cansou de tanta violência e tanta intolerância por uma simples questão de orientação sexual.

Na crônica da campanha de 2014, o pequeno candidato Eduardo Jorge teve um momento de gigante.