Entre entrar com a estrela coberta ou entrar sem boné, escolhi o boné. Por Gabriel Bá

Atualizado em 30 de novembro de 2017 às 9:25
No programa de Pedro Bial.

PUBLICANDO ORIGINALMENTE NO FACEBOOK DE GABRIEL BÁ

“Evite números para que não haja associação a marcas ou partidos políticos”.

Essa foi uma das dicas de vestuário da produção do programa. Mesmo assim, fui com meu boné verde com estrela vermelha, que trouxe do Vietnam.

Tenho outros, mas gosto deste, do que ele representa. Foi minha escolha.

Chegando no estúdio, o pessoal do figurino, respondendo à diretoria do programa, disse que a estrela não ia rolar.

Claro que não fiquei contente, mas eu fiz uma escolha antes: a de ir com o boné.

Entre entrar com a estrela coberta ou entrar sem boné, escolhi o boné.

E escolheria novamente.

Poderia ser um tucaninho azul e amarelo ou um número 45, o logo da Adidas ou o escudo do Palmeiras. Seria coberto da mesma maneira.

Prefiro ver agora esse debate todo e o povo refletindo do que simplesmente ter entrado sem boné.

.x.x.x.

PS: A Globo não veta escudo de time, algumas marcas comerciais, sim.

Mas já fez campanha para promover o 45, na época em que comemorou os 45 anos. Era ano de eleição, 2010, e associava o 45 à saúde e à educação.

Diante de uma avalanche de críticas, recuou e tirou a campanha do ar — ficou claro que era apoio subliminar a José Serra.

No caso da estrela vermelha, cobri-la equivale a cobrir outros símbolos que não são comerciais, como cruz.

Gabriel Bá sai menor com a explicação que deu. Quis aliviar para a Globo. A verdade é que foi censurado e aceitou a censura.

Ele está certo quando disse que há um lado positivo nisso tudo: despertou o debate sobre censura e o poder da Globo.