A versão de Graça sobre as denúncias de Venina
Do g1:
A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse nesta segunda-feira (22), em entrevista ao repórter Paulo Renato Soares, do Jornal Nacional, que recebeu mensagens e conversou pessoalmente com a ex-gerente da estatal Venina Velosa da Fonseca antes de ser deflagrada, em março, a Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na empresa.
Graça, no entanto, reafirmou que a ex-gerente não foi clara em relação às denúncias de irregularidades e que em um e-mail longo enviado em outubro de 2011 não mencionou em “nenhum momento” corrupção, fraude, cartel ou conluio.
“Os e-mails que eu recebi da Venina foram e-mails de feliz aniversário, e-mail relativo a quando eu tomei posse na Petrobras. O primeiro email que ela cita, o que fala de abril de 2009, é de simples compreensão. O quarto e-mail, de outubro de 2011, é longo, bastante emocionado, cheio de preocupações. Em quatro linhas, ela faz alguns comentários que me pareceram bastante cifrados, e em que ela fala em licitações ineficientes. Ontem [domingo], ela explicou o que que é o projeto esquartejado e tal. Em nenhum momento, nenhum momento, ela fala em corrupção, fraude, conluio, cartel. São palavras muito simples de serem entendidas.”
Graça Foster chamou atenção para o fato de a ex-gerente da empresa alegar ter enviado os alertas em e-mails, mas nunca ter se preocupado em confirmar o recebimento das mensagens.
“Eu acho também que quando a gente manda um e-mail para alguém tão importante, telefona, manda uns anexos, chama o chefe de gabinete. Também não houve isso. Logo depois, em fevereiro, ela pediu para falar comigo e a gente conversou sobre diversos assuntos”, disse Graça.
A presidente da Petrobras disse que recebeu Venina em seu gabinete pouco depois de assumir o comando da estatal, em fevereiro de 2012, e que, no encontro, não ouviu acusações de corrupção. “Nenhuma denúncia. Conversamos sobre custos de projetos, prazos de projetos mais longos que os previstos e atitudes que eu deveria tomar”, relatou.
Além de negar ter sido advertida nos e-mails enviados por Venina sobre desvios, a presidente da Petrobras afirmou que a ex-gerente “jamais” tratou do assunto nas reuniões de diretoria de sua gestão e também nas do ex-presidente José Sérgio Gabrielli.
“Jamais, nas reuniões de diretoria de que eu participei, e olha que eu para faltar a uma reunião de diretoria é dificil, jamais houve denúncias”, afirmou Graça.