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Aliado de Cunha manobra e processo de cassação volta à estaca zero

Do Congresso em Foco:

 

O Conselho de Ética da Câmara terá de votar novamente o parecer que pede a continuidade do processo contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra de decoro parlamentar. A decisão de anular a votação que aprovou o parecer do relator do caso, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), foi tomada pelo vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), e atendeu a um recurso impetrado pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS) que pediu vistas do processo. O sul-mato-grossense pretende apresentar um parecer alternativo contrário ao andamento do julgamento de Cunha.

Marun e Waldir Maranhão são aliados de Eduardo Cunha. A decisão de fazer o processo contra o deputado fluminense retroceder foi tomada por Maranhão ainda no dia 22 de dezembro, ou seja, antes ainda do início do recesso parlamentar. Mas apenas hoje (2) chegou ao Conselho de Ética da Câmara. No ano passado, o deputado maranhense causou polêmica ao destituir Fausto Pinato (PRB-SP) da relatoria da representação contra Cunha. A destituição de Pinato, que era favorável à cassação do peemedebista, também atrasou o andamento da representação contra Cunha.

A nova decisão do vice-presidente da Câmara coincide com a estratégia de Cunha de ganhar tempo para evitar o próprio julgamento por quebra de decoro parlamentar. O presidente da Casa é acusado de mentir na CPI da Petrobras porque negou ter contas não declaradas em bancos no exterior, o que foi revelado por instituições suíças.