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Após confusão com Chico Buarque, diretor Claudio Botelho diz que “falta surra” em transexuais

Do Jornal do Brasil:

 

Menos de oito meses depois de ter xingado a ex-presidente Dilma Rousseff de “ladra” e a plateia de um teatro em Belo Horizonte de “neofascista” e “escrota”, de cima do palco do musical Todos os musicais de Chico Buarque em 90 minutos, o diretor Claudio Botelho voltou à polêmica, desta vez com comentários sexistas e transfóbicos, em uma página do Facebook.

Após seu parceiro profissional Charles Möeller ter criticado, no perfil de um amigo em comum, a adaptação do musical The Rocky Horror Picture Show para o canal de televisão norte-americano Fox, Botelho destilou preconceito na escalação da atriz transgênero Laverne Cox para o papel de Dr. Frank-N-Furter. Segundo o diretor “esse tipo de coisa tá se propagando porque os pais não batem mais nos filhos”. E acrescentou que “holofote é pra Judy (Garland), Barbra (Streisand) e pra Rogéria, o resto é bicha drogada de festa rave”.

“Gente, esse tipo de coisa tá se propagando porque os pais não batem mais nos filhos. Falta surra! Só que se um pai vai e bate numa LaverME dessas, vem uma entidade de direitos de bichas e diz que ela é uma alma de mulher presa num corpo de homem? Heinnnnnn? E eu que sou uma alma de loiro e olho azul perdido num corpo de mineiro do interior há cinquenta anos e ninguém me defendeu nunca? Eu não tenho direitos humanos? Como eu disse: se o pai bate, elas pelo menos sabem que é errado e vão dar pro amiguinho da escola pra se vingar, não ficam inventando que são trans, se dedicam logo a arrumar homem e param de querer holofote. Holofote é pra Judy, Barbra e pra Rogéria, o resto é bicha drogada de festa rave”.

Comentários de Claudio Botelho, apagados após críticas nas redes sociais
Comentários de Claudio Botelho, apagados após críticas nas redes sociais

Botelho disse, ainda, que pensou em sugerir para o musical um garoto do seu prédio, “que é bicha”, mas que a mãe acha que “pega mal” chamá-lo assim, “então estão inventando que ele é TRANS”.

“Na Disney tem essas trans também? Eles vão refilmar Branca de Neve? Eu queria sugerir um garoto aqui do meu prédio que é bicha, mas a mãe acha que pega mal, então estão inventando que ele é TRANS, porque diz que é a mesma coisa que bicha, mas é chique. Ele é bem bonito, mas a única música que ele ouve, com 15 anos, é um disco de uma tal de Selena. Tá?”.

Após a polêmica repercutir em conversas virtuais de grupos de teatro, Botelho apagou os comentários e fez um desabafo em sua página, com uma longa postagem, dizendo-se vítima de perseguição e criticando a “Inquisição Facebookiana estabelecida”.

Com 26 anos de parceria teatral, a dupla Möeller e Botelho está produzindo a montagem brasileira de Rocky Horror Show.