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Argentina tem horas para evitar calote

A Argentina tem até a meia-noite desta quarta-feira para evitar a moratória da sua dívida com credores que compraram títulos públicos do país, o que seria o segundo calote em 13 anos.

Reuniões serão retomadas nesta quarta-feira, após discussões que avançaram a noite entre o ministro da Economia argentino, Axel Kicillof, e o mediador designado pelo juiz de Nova York, Thomas Griesa, que tem a palavra jurídica sobre o caso.

A expectativa era de um acordo entre Kicillof e o mediador Daniel Pollack, como descreveu a imprensa local, que pudesse salvar a Argentina do calote.

Os chamados “fundos abutres” – fundos especulativos que compraram títulos de credores que não aceitaram a reestruturação da dívida feita por Buenos Aires entre 2005 e 2010 – ganharam um litígio em um tribunal de Nova York que obriga o país a pagar US$ 1,3 bilhão a um deles até o fim do dia, para então continuar cumprindo com os demais credores.

Um grupo de bancos que atuam no país teria oferecido fazer um depósito para evitar a moratória argentina.

Em 2012, os “fundos abutres” obtiveram sentença favorável em uma disputa com o governo argentino para receber o pagamento integral pelos títulos da dívida do país de 2001.

A disputa se referia às turbulências de dezembro de 2001, quando o governo do então presidente Adolfo Rodríguez Saá declarou um calote da dívida argentina em meio ao turbilhão político e econômico que assistiu a cinco presidentes da República em poucos dias.

Entre 2005 e 2010, quase 93% do total de credores aceitaram as ofertas feitas pelo governo pela reestruturação e troca de títulos da dívida de 2001 – na ocasião, o maior calote da história do capitalismo. Estes fundos e outros investidores, incluindo pequenos poupadores argentinos, recusaram a troca de títulos. Os fundos e outros entraram na Justiça.

Saiba Mais: bbc