Apoie o DCM

Artista é preso em Brasília durante apresentação por ficar nu

 

Do Correio Braziliense:

Uma performance artística interrompida pela Polícia Militar no sábado (15/7) à tarde, em frente ao Museu Nacional da República, fazia parte da programação do evento Palco Giratório, mostra teatral promovida pelo Serviço Social do Comércio (Sesc). Na ação da PM, o dançarino e performer paranaense Maikon Kempinski acabou detido e levado para a 5ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), onde precisou assinar um termo circunstanciado de ato obsceno.

O Correio falou com o artista na manhã deste domingo. Maikon K, seu nome artístico, se mostrou indignado com a situação e lamentou que seu cenário tenha sido rasgado pelos militares, mas preferiu não comentar mais sobre o caso por esperar um posicionamento da organização do Palco Giratório. A reportagem não conseguiu falar com os responsáveis pelo evento até a publicação desta matéria.

Na apresentação — chamada DNA de DAN e que já passou por palcos de várias cidades do país —, o artista fica dentro de uma bolha plástica e tem aplicado sobre o corpo nu uma substância que se resseca aos poucos, até formar uma espécie de segunda pele. Para não rompê-la, o artista é obrigado a respirar cada vez menos.

O rompimento, no entanto, é inevitável e, quando acontece, Maikon dá início a uma dança desenvolvida a partir de uma pesquisa sobre arquétipos e elementos espirituais. Em um vídeo feito sobre a apresentação, Maikon explica que sua dança é inspirada no arquétipo da serpente.

DNA de DAN foi programada para ser apresentada em frente ao Museu Nacional da República. No entanto, no meio da apresentação, Maikon foi interrompido por policiais militares, que ordenaram que ele se vestisse. Depois, ele foi colocado na traseira de uma viatura e levado à delegacia.

Segundo a PM do Distrito Federal, os militares foram ao local depois de populares solicitarem a presença da polícia porque “havia um homem nu ao lado do Museu da República”. Ainda segundo a PM, os policiais foram informados por um homem que ali ocorria uma exposição de arte. No entanto, “como não foi apresentada nenhuma documentação /autorização do museu tampouco da Administração de Brasília, foi determinada a paralisação da referida exposição e foi dada voz de prisão ao elemento nu”, informa uma nota.

(…)