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Bope abre templo evangélico e utiliza versículos para justificar letalidade

 

Da Folha:

“Seja bem-vindo. Não faça movimentos bruscos”, diz o outdoor na entrada do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio, o Bope, guardada por agentes armados e com “armadilhas” (espinhos de ferro) no asfalto.

Já os movimentos no templo da Congregação Evangélica do Bope, inaugurado em maio, são típicos de um culto como outro qualquer. O pastor imposta uma voz cantada que atinge notas altas a cada “amém”, um fiel se ajoelha para pôr a testa sobre a Bíblia deitada numa das 40 cadeiras de plástico brancas do salão.

O diferencial é a vestimenta. Na camiseta dos frequentadores, que se organizam em grupos como Tropa de Louvor e Caveiras de Cristo, o símbolo do Bope: o crânio com uma faca cravada no cocoruto, duas pistolas amarelas em forma de “x” no fundo, tudo envolvido por um círculo vermelho. Uma imagem claramente cristã, na concepção do subtenente André Monteiro, 46, um dos articuladores do espaço.

(…)O comandante da tropa de elite, Carlos Eduardo Sarmento, diz que a igreja é “aberta a qualquer um”, e os cultos são realizados “na hora do almoço, sem prejudicar a administração pública”. O Bope, continua, “dá total liberdade” para praticantes de outra fé. Se alguém, por exemplo, quiser organizar uma sessão espírita, que fique à vontade, afirma.(..)

(…)Construída com cerca de R$ 50 mil doados por simpatizantes (de igrejas a membros do Ministério Público), a sede evangélica do Bope é aberta à Tavares Bastos, comunidade vizinha ao batalhão.