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‘Brasileiro é tudo idiota’: um colega relembra filho de Roberto Civita na escola

De um antigo colega de Titi Civita, um dos herdeiros de Roberto Civita:

Oi, Paulo! Li o artigo sobre a Veja, o Reinaldo Azevedo e os Civitas.

Fui colega do Titi quando menino, no Graded, e ainda que ele seja simpático, está longe de ser boa pessoa. Na época, meninos todos, sem filtro e sem capacidade de separar afeto de principios, andávamos muito juntos.

Escutei várias vezes o Titi se vangloriar das picaretagens do avô, que tinha vários interesses associados ao Sr Paulo Maluf, então governador bionico. Adorava nos contar sobre como o avô havia conseguido, com o Maluf, terreno público, no já esquecido escândalo do Hotel 4 Rodas.

Contava como o Maluf havia assegurado asfalto nas terras da família para valorizá-las e como beneficiava a Abril em contratos públicos.

Numa ocasião, eu o vi quebrando uma coleção inteira de LPs, meio alcoolizado, aos berros de que podia ter os discos que quisesse porque era muito rico.

Nessa ocasião, eu já era um pouco mais velho e me dei conta do canalha que tinha como amigo. Afastei-me e nunca mais o vi.

Mas me incomoda um pouco ver qualquer tolerância em relação aos Civitas. Das nossas últimas conversas, jamais me esqueci de uma observação do Titi: Brasileiro é tudo idiota. Tem é que roubar mesmo esse povo.

Foi nesse dia que tomei aquilo que identifico como consciência de classe. Não pertencia àquele mundo, mas só me dei conta disso quando percebi que era o único no meu grupo que se identificava com o rótulo “brasileira” e o único que se ofendeu com o comentário.

(…)