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Capez veta entrada de comida na Assembleia, que segue ocupada por estudantes

Do G1:

 

Estudantes secundaristas passaram a madrugada desta quarta-feira (4) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), após ocuparem o plenário Juscelino Kubitschek. Eles afirmam que só sairão depois de aberta uma CPI para investigar a fraude na merenda escolar.

O presidente da Casa, Fernando Capez (PSDB), é investigado s no esquema de superfaturamento de preços e pagamentos de propina em contratos de várias prefeituras do estado com a Cooperativa Orgânica de Agricultura Familiar (Coaf).

A operação Alba Branca, que investiga o esquema, começou em janeiro, mas até agora a Assembleia não analisou nenhum requerimento sobre o caso.

Na noite de ontem, o tucano afirmou que pedirá reintegração de posse e que não permitiria a entrada de alimentos. “Nosso objetivo é fazer uma saturação para que eles saiam. Nosso objetivo é que haja a desocupação da Casa”, disse. Os alunos afirmaram que têm comida para mais alguns dias. A água do banheiro não foi cortada, segundo o tucano.

Cerca de 70 alunos entraram no fim da tarde desta terça-feira (3) no prédio, que fica na região do Parque do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo. Alguns deles subiram na mesa diretora e estenderam faixas pedindo a CPI.

A madrugada e início da manhã desta quarta foi tranquila. Os jovens montaram um esquema para impedir a entrada da polícia com cadeiras nas portas. No começo da madrugada o cantor Chico César entrou no plenário e cantou para os estudantes. Eles também escreveram uma carta aberta em que criticam a situação do ensino no estado.

“Ocupamos com uma pauta muito clara e vamos seguir resistentes até que abra a CPI”, disse Emerson Santos, presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes).

Representante do Diretório Central da Fatec, Nayara Souza, de 20 anos, comentou a reunião com Capez. “Ele disse, como todo deputado, ser contra a corrupção e que aprova a abertura da CPI da merenda. A ocupação permanece, e existe uma comissão permanente de negociação. Amanhã de manhã terá uma nova reunião”, disse.

“Negociamos que os estudantes vão poder usar o banheiro e tivemos a garantia de que o Choque não vai entrar”, disse a estudante Flavia Oliveira, de 24 anos, também membro da Upes.