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Centrais preparam protestos pelo país contra a ‘agenda do Aécio’

Da rba:

As centrais sindicais iniciam nesta quarta-feira (28) o que pode se tornar uma série de protestos contra as medidas econômicas do governo. Em reunião hoje (26), em São Paulo, os dirigentes divulgaram detalhes da manifestação que será realizada em várias capitais, sendo a principal em São Paulo, a partir da Avenida Paulista. Mais do que as mudanças já anunciadas, os sindicalistas querem alteração de rumos da política econômica. “Queremos resgatar um compromisso de campanha da presidenta Dilma, de que não seria feito nenhum ajuste sobre o setor produtivo e os direitos sociais”, afirmou o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre. “Essa agenda que está sendo implementada é a do Aécio Neves”, acrescentou, referindo-se ao candidato derrotado à Presidência da República pelo PSDB.

Em São Paulo, haverá concentração a partir das 10h no vão livre do Museu de Arte (Masp), na Avenida Paulista, seguida de caminhada que passará pelos escritórios locais do Ministério da Fazenda e da Petrobras. Mais cedo, às 7h30, está programada assembleia diante da Scania, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Segundo as centrais, também já foram confirmadas manifestações em Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Luís. Trabalhadores rurais, sem-terra, sem-teto e estudantes, entre outros movimentos sociais, devem participar.

O secretário de Organização e Política Sindical da UGT (que sediou o encontro de hoje), Francisco Pereira de Sousa Filho, o Chiquinho, disse que existe “desconforto” das centrais em relação às primeiras medidas anunciadas por Dilma Rousseff – com quem os dirigentes, inclusive, se reuniriam em 8 de dezembro. “Estivemos com o governo em algumas ocasiões, e a nós foi dito que os trabalhadores não teriam nenhuma surpresa. Acho que a palavra ‘traição’ é um pouco pesada, mas estamos nos sentindo um pouco assim. Por que só trabalhadores ficaram com a responsabilidade de pagar essa conta? Será que o governo não tem onde cortar?”, critica, questionando o uso de cartões corporativos e o número de ministérios (39).

“Por que as grandes fortunas não são taxadas?”, pergunta o dirigente. Em reunião com as centrais na semana passada, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, disse que o imposto sobre grandes fortunas não está nos planos do governo.