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Chefe da F1 no banco dos réus em Munique

Há quase 40 anos que o britânico Bernie Ecclestone conduz o mundo da Fórmula 1. Desde então, ele transformou o evento num negócio multimilionário e também num dos mais lucrativos do planeta.

O ex-vendedor de carros usados nunca fez questão de esconder seus métodos pouco convencionais de fazer negócios. “Não somos como a máfia – nós somos a máfia”, declarou certa vez.

E são esses negócios duvidosos que podem levar o britânico de 83 anos para a cadeia. A partir desta quinta-feira, ele responde perante o Tribunal Regional Superior de Munique por graves acusações de tentativa de suborno e corrupção.

“Isso é somente uma parte pequena, bem pequena da minha vida. Na verdade, não deveria ter importância nenhuma, mas no momento está custando um bocado de tempo”, declarou Ecclestone à emissora alemã ARD.

Ecclestone disse que vai aproveitar o processo para expor os fatos. Ele tem mesmo muito para explicar. Para garantir seu poder na Fórmula 1, o britânico teria pago 44 milhões de dólares em suborno ao ex-diretor do banco alemão Bayern LB Gerhard Gribkowsky.

À época, tratava-se da venda da participação do Bayern LB na Fórmula 1 ao fundo de investimento britânico CVC, que já havia deixado claro que gostaria de manter Ecclestone como diretor da Formula One Group, que administra a competição.

Do outro lado estão as afirmações de Gribkowsky, que já foi condenado a oito anos e meio de prisão por aceitar o dinheiro, em outro processo. O antigo diretor do banco fez duras acusações a Ecclestone, que nega tudo e diz ter sido chantageado por Gribkowsky. O alemão ameaçou denunciar o intrincado modelo de negócios do britânicos às autoridades do Reino Unido.

Se condenado, o chefão da Fórmula 1 pode pegar até dez anos de prisão. O grupo CVC, que adquiriu os direitos da Fórmula 1 em 2006, anunciou que haverá consequências em caso de condenação.

“Se for provado que Ecclestone fez coisas erradas de modo criminoso, ele será afastado”, afirmou o co-fundador Donald MacKenzie no fim do ano passado. Há tempos circula o boato de que uma consultoria já teria recebido a tarefa de encontrar um sucessor.

Pelos próximos meses, Ecclestone terá de sentar-se no banco dos réus de uma a duas vezes por semana. São 26 audiências marcadas até o fim de setembro.

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