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Manifestação em Madri mostra que a Espanha pode seguir a Grécia

Da bbc:

Muitos disseram que a eleição do partido de esquerda Syriza espalhará ondas de choque por toda a Europa.

É verdade, mas ela também provocará harmonias esquisitas, respostas locais e ecos imprevisíveis. Também dará, é claro, esperanças a outros partidos de esquerda europeus.

A crise econômica provocou o crescimento da extrema direita, mas até agora os herdeiros de Marx ainda não tinham dado as caras. Isso acaba de mudar.

O líder do partido espanhol Podemos, Pablo Iglesias, estava no palanque em Atenas pouco antes das eleições.

“Primeiro tomamos Manhattan, depois tomamos Berlim”, disse. Ele estava citando o músico e poeta Leonard Cohen e, ao mesmo tempo, declarando guerra aos neoliberais.

Mas ele teria sido mais profético se tivesse mencionado Madri – o partido tem chances reais de vencer as eleições gerais espanholas antes do fim do ano.

O Podemos já é o maior partido da Espanha em número de afiliados e aparece em primeiro lugar nas pesquisas de opinião – na mais recente, o partido aparecia com 28% das intenções de voto, comparado com apenas 19% do partido governista, o conservador PP, do primeiro-ministro Mariano Rajoy.

Neste sábado, milhares de pessoas foram às ruas na capital espanhola em apoio ao partido, em um de seus primeiros atos públicos após a vitória do aliado Syriza na Grécia.

“Os ventos da mudança começam a soprar na Europa”, disse Iglesias à multidão animada, que veio de diversas partes da Espanha, segundo o correspondente da BBC Tom Burridge.

“Sonhamos, mas levamos nossos sonhos a sério. Mais foi feito na Grécia em seis dias do que muitos governos fizeram em anos.”

Em um comício logo após a vitória, o novo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse acreditar que o partido de esquerda Sinn Fein venceria as eleições irlandesas no ano que vem.

Isso também não é impossível. E um eixo de extrema esquerda com Grécia, Espanha e Irlanda pode ser um desafio poderoso para os governos europeus.

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