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Deputados usam CPI para intimidar delator que acusou Cunha: “moral da gangue”, dizem advogados

 

A cúpula da CPI da Petrobrás, formada em sua maioria por aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, solicitou à empresa de espionagem Kroll que dê prioridade às investigações sobre o lobista Júlio Camargo, diz o Estadão.

A intenção é desqualificar a delação premiada do lobista mostrando evidências de que ele não contou toda a verdade e, portanto, descumpriu o acordo firmado com as autoridades.

A investigação paralela da CPI procura eventuais contas, movimentações financeiras e ativos patrimoniais no exterior que não foram mencionadas por Camargo na deleção.

Com isso, os aliados de Cunha esperam derrubar as acusações de Camargo contra ele. O primeiro contrato firmado com a Kroll, no valor de R$ 1,18 milhão, já pago, estabelece que a empresa investigue 15 pessoas. O presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), e um dos sub-relatores da comissão, André Moura (PSC-SE), escolheram 12 pessoas para serem investigadas.

Na lista, há ex-diretores da Petrobrás, executivos e operadores do esquema de corrupção. Políticos ficaram de fora.

De acordo com a Folha, advogados afirma que Cunha e outros investigados agem “com a lógica da gangue” para intimidar os delatores.

“Está em vigor a ‘moral da gangue’, que acredita por triunfar pela vingança, intimidação e corrupção”, afirmam.