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Dilma anuncia reajuste do Bolsa Família e volta a falar de golpe

Do DW:

A presidente Dilma Rousseff anunciou neste domingo (01/05), em ato promovido pela CUT, medidas que beneficiam os trabalhadores e impulsionam os programas sociais do governo. No evento em comemoração ao Dia do Trabalho, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, ela acusou a oposição e o PMDB de tramarem um “golpe contra as conquistas dos trabalhadores”.

Entre as medidas anunciadas estão um reajuste de 9% para os beneficiários do Programa Bolsa Família ainda em 2016, a correção de 5% da tabela do Imposto de Renda para o próximo ano e a contratação de no mínimo 25 mil moradias do Programa Minha Casa, Minha Vida.

“Eles ficam falando que o governo acabou. Eles fazem isso numa tentativa de nos paralisar, mas o governo está fazendo sua parte”, afirmou a presidente. Ela disse que o governo lançará, na semana que vem, o plano safra para a agricultura familiar e vai propor a extensão da licença paternidade de 5 para 20 dias para os funcionários públicos federais.

No que pode ser a reta final de seu mandato, Dilma tem intensificado o contato com grupos de esquerda e deverá anunciar ao longo da semana mais medidas de caráter social, o que analistas chamam de “pacote de bondades” e com o qual pretende recuperar o apoio de sindicatos, movimentos sociais e até das bases do PT.

“Impeachment é golpe”

Dilma mais uma vez chamou o processo de impeachment, que tramita no Senado, de golpe. “Quando se rompe a democracia, se rompe para todos”, afirmou. “Mas eu quero também alertar que esse golpe não é só contra a democracia ou contra o meu mandato. Também é contra as conquistas dos trabalhadores. Não é um golpe com armas, tanques na rua, não é o golpe militar que conhecemos do passado. Eles rasgaram a Constituição. Fazem isso porque há 15 meses eles perderam uma eleição direta”, disse. “Vou resistir e lutar até o fim”, acrescentou.

No discurso, Dilma reiterou que não cometeu crime de responsabilidade ao ter emitido decretos com crédito suplementares, fato apontado na denúncia que originou o processo de impeachment. Segundo ela, no governo de Fernando Henrique Cardoso foram editados 101 decretos desse tipo. “Para ele não era nenhum golpe nas contas públicas. Para mim é golpe nas contas públicas. Dois pesos e duas medidas. Eles não têm do que me acusar, é constrangedor”, disse a presidente.

“Não tenho conta no exterior, jamais usei recurso público em causa própria, não recebi propina e nunca fui acusada de corrupção. Eles tiveram que inventar um crime” afirmou. Ela voltou a criticar duramente o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e disse que a oposição se aliou aos traidores, em referência ao vice-presidente Michel Temer, para realizar “eleições indiretas”.

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