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Educação alavanca melhora do IDH nas grandes cidades brasileiras

Da bbc:

A desigualdade entre as grandes cidades brasileiras diminuiu nos últimos dez anos, de acordo com um estudo divulgado pelo IPEA, PNUD e Fundação João Pinheiro; sendo que do tripé de quesitos considerados ─ longevidade, renda e educação ─ o último foi o que apresentou maior crescimento em todas as 16 regiões metropolitanas sob análise.

Principal responsável por alavancar o crescimento do IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) nas grandes cidades, o fator educação é medido pelas instituições com base em dois aspectos: a escolaridade dos adultos já fora do sistema educacional, e a frequência escolar de crianças e jovens às séries corretas com suas idades.

Em São Paulo, região com maior IDHM do país, de 0,794, a educação cresceu 0,131. Já em Manaus, região com menor IDHM do país, o mesmo aspecto teve crescimento de 0,222.

Para os autores do estudo, um dos aspectos mais positivos dos resultados é a diminuição do vão entre as duas regiões. Apesar de reconhecer problemas e a manutenção das disparidades, segundo o estudo, o país tem se tornado cada vez menos desigual.

“A tendência é importante. Estamos nesses últimos anos numa rota de redução da desigualdade, e a continuidade dessa trajetória é crucial. Ainda que haja diferenças, o nível de desenvolvimento humano da sociedade brasileira aumentou”, avalia Marco Aurélio Costa, economista do IPEA, e um dos autores da pesquisa.

Ele destaca que dentre os dois fatores analisados para compor o quesito educação, a frequência escolar sem defasagem de série foi a que mais pesou.

“Isso se explica em grande parte pelas políticas públicas de médio e longo prazo que o país vem empreendendo nos últimos anos. Há cada vez mais crianças e jovens dentro das escolas, nas séries corretas para suas idades, e isso é um avanço”, diz.

Na visão de Jorge Chediak, representante do PNUD no Brasil, “atacar todos os problemas ao mesmo tempo” deve continuar sendo a fórmula para a gradual redução da desigualdade social.

“A criança brasileira hoje já fica quase o mesmo tempo nos bancos escolares que uma criança dos países mais ricos. Há 20 anos, o Brasil era um símbolo da exclusão social. Hoje, é modelo para outras nações em desenvolvimento. Para a ONU, é preciso continuar atacando todas as frentes ao mesmo tempo. Não se pode escolher, e os problemas vão ficando mais complexos, mas, no geral, a tendência é muito positiva”, avalia.