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Em encontro com movimentos negros, Barbosa critica ‘silêncio da imprensa’ com relação a seu processo contra Noblat

 

Joaquim Barbosa esteve presente a um encontro com treze membros de movimentos negros em Salvador, sem participação da imprensa. De acordo com o blog de Fernando Conceição, o grupo estava ali para declarar solidariedade ao trabalho de JB, que se trajava no estilo “tô nem aí”:

O presidente de um dos três poderes da República, Joaquim Barbosa, trajava-se como uma pessoa qualquer. De sandália emborrachada, camisa pólo usada de manga curta e calça comum, chapeuzinho maleável de palhinha sintética na cabeça, por volta das 10 horas da manhã de domingo, 13 de abril/14. Tipo tô nem aí…

Seu assessor de imprensa, Wellington Silva, cuidou de conseguir, na última hora, uma sala do hotel Golden Tulip, no Alto do Monte Conselho, praia do Rio Vermelho, Salvador. Para uma conversa reservada com um grupo de 13 intelectuais e ativistas sociais, mulheres e homens do movimento negro não comprometidos com partidos políticos, embora todos politicamente engajados. Não havia representantes da imprensa. Este post, assim, é de responsabilidade total do autor, sem autorização de quem quer que seja.

TUDO FOI ARTICULADO pelo pessoal da “Campanha Reaja ou Será Morta/Reaja ou Será Morto” e do Quilombo X. Hamilton Borges Walê abriu a conversa. Demarcou que o grupo ali estava para declarar sua solidariedade incondicional ao trabalho que Joaquim Barbosa tem realizado no Supremo Tribunal Federal.

Os ataques, “de cunho nitidamente racistas” a ele dirigidos, “seja por parte de setores da direita, seja por parte de setores da esquerda”, atingiriam não somente ao ministro – “mas a todos nós, negros, vítimas diárias do epistemicídio brasileiro” – pontuou Hamilton Borges. Outros presentes reforçaram a tese.

Joaquim Barbosa se disse agradecido pela manifestação de solidariedade. Mas repetiu, como tem feito em outras ocasiões, que já não se importa com aqueles ataques. “Eu já tenho casca grossa e nem tomo conhecimento dessas coisas. Não se pode querer unanimidade em tudo”.

Barbosa ressalvou, porém, que em alguns casos toma providências. Como exemplo, a representação judicial que move contra o jornalista Ricardo Noblat, de O Globo. Noblat assinou artigo nesse jornal ano passado, no qual faz ataques pessoais – referindo-se à origem racial do ministro – de gosto tão duvidoso que, no mesmo veículo, a colunista Myriam Leitão rebateu-o.

O ministro disse cogitar ação legal similar em relação ao chamado “Blog da Dilma” – site oficioso de apoio às ações do governo federal. “Mas há um silêncio da imprensa quanto àquela representação contra Noblat”, anuiu, indicando uma espécie de “espírito de corpo” nos meios de comunicação para proteger um dos seus.

 

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FERNANDO CONCEIÇÃO