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Em entrevista à Globo, Garotinho acusa a emissora de sonegar impostos e apoiar ditadura

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O candidato ao governo do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PR) protagonizou nesta quinta-feira (18) um dos episódios mais curiosos da corrida eleitoral fluminense até agora. Em entrevista ao “RJTV”, da TV Globo, Garotinho acusou a emissora de sonegar impostos e ter apoiado a ditadura militar (1964-1985), temas caros à família Marinho, dona da rede.

Após ser questionado pela apresentadora do programa Mariana Gross sobre o fato de ele e sua mulher, Rosinha, serem réus no processo que acusa Gilson Cantarino, secretário de Saúde nas gestões de ambos, de ter desviado R$ 234 milhões dos cofres públicos do estado, Garotinho se defendeu alegando que acusações não significam nada. Para ilustrar seu argumento, citou a suposta sonegação de impostos pela TV Globo.

“Eu estou esclarecendo: sou vítima de muitas perseguições. No sistema brasileiro, a acusação cabe ao promotor – você está falando de acusações – a defensoria pública ou o advogado defende, e o juiz julga. Acusação, todo mundo tem. Agora mesmo, acusaram a Globo de estar envolvida em um desvio milionário, com laranjas e paraísos fiscais. Eu não sei se a Globo é culpada, eu até acho que é, mas é opinião minha. Quem vai dizer isso é o juiz. Não sou eu. Disseram que a Globo sonegou bilhões…”, citou o candidato.

Neste momento, Mariana o interrompeu, dizendo que o tema da conversa não era a TV Globo. O ex-governador se justificou: “Eu sei, mas eu estou só aqui dizendo a você como às vezes injustiças acontecem. A Globo pode estar sendo vítima de uma injustiça”.

A apresentadora então saiu em defesa de seus patrões, garantindo que “a Globo não sonegou nada, candidato, eu deixo claro isso para o senhor”. Garotinho encerrou o assuntou de forma irônica: “quem está dizendo isso é o inquérito federal”.

Mais adiante, Mariana perguntou se não faltava coerência a Garotinho por propor que as vistorias anuais de veículos passem a ser feitas a cada dois anos, algo que nem ele nem Rosinha fizeram em suas administrações. Na resposta, o candidato do PR disse ser preciso tirar lições dos erros do passado, e citou o apoio da Globo à ditadura como exemplo.

“Quantas coisas na vida às vezes a gente faz autocrítica? Por exemplo, a Globo apoiou a ditadura. Depois, passou um tempo, fez uma autocrítica, e reconheceu que não deveria ter apoiado a ditadura”, afirmou o ex-governador.

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