Apoie o DCM

Em meio a negociações difíceis com credores, cresce na Argentina temor de moratória

As negociações entre o governo argentino e os fundos credores do calote histórico de 2001 (os chamados fundos “abutres”) seguem sem avanços após dois dias de reuniões em Nova York, nos Estados Unidos, segundo o mediador da justiça de Nova York, Daniel Pollack, em comunicado.

“Não se chegou a nenhuma solução entre as partes”, disse, de acordo com o jornal econômico El Cronista, de Buenos Aires. Ele também afirmou que “ainda há tempo para se evitar o calote na quarta-feira, dia 30”.

Diante do impasse nas conversas, aumenta a incerteza do pagamento dos juros do título da dívida pela Argentina. Na próxima quarta vence o prazo de carência para que o país não decrete moratória em relação ao pagamentos da dívida que acordou com aqueles que aceitaram propostas feito pelo governo em 2005 e 2010 e que foram recusados pelos fundos.

Nesta sexta, repercute em Buenos Aires texto no New York Times dizendo que o juiz Griesa não estaria entendendo o caso argentino, como reproduz a imprensa local.

Enquanto isso, economistas argentinos divergem sobre os efeitos de um possível calote.

“Nada mudará porque a inflação já está alta (em torno de 25% a 30% anual), a recessão já está aqui e apesar da turbulência de uns poucos dias, tudo depois continuará na mesma”, disse o ex-ministro da Economia, Jorge Remes Lenicov ao jornal Clarín.

“A moratória aprofundaria a recessão, a inflação e os conflitos sociais”, disse à BBCBrasil o economista Orlando Ferreres, da consultoria OJF & Associados, de Buenos Aires.

Saiba Mais: bbc