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Ex-entregador de folhetos vê curso técnico como escada para medicina

De distribuidor de panfletos no farol a cozinheiro e supervisor do serviço de atendimento telefônico de uma empresa: Edward Jean Lirani, de 25 anos, começou a trabalhar ainda quando cursava o ensino médio e diz que “fez de tudo”.

“Pode-se dizer que era sempre fui um ‘quebra galho’. Depois que terminei a escola não tinha condições de continuar os estudos – precisava conseguir meu próprio sustento”, conta.

“Mas meu grande sonho sempre foi atuar na área de saúde”, diz ele.

Edward conseguiu, com algum sufoco, a vaga no curso técnico de enfermagem do Pronatec, programa do governo que financia cursos profissionalizantes em entidades públicas e privadas.

Ficou com uma das últimas vagas na turma da Faculdade Anhanguera, em Campinas, após uma tentativa frustrada em outra instituição.

Agora, já pensa nos próximos passos: “Quero primeiro me especializar em acupuntura e depois, quando tiver alguma renda garantida, me dedicar aos estudos para entrar em uma faculdade de Medicina”, diz.

Edward é um dos milhões de brasileiros que se inscreveram no Pronatec desde sua criação, em 2011. O programa é visto pelo governo como uma de suas principais armas para lidar com a escassez de técnicos ou trabalhadores com habilidades específicas e enfrentar a baixa produtividade da economia – e é uma das iniciativas de seu governo que tanto Marina Silva quanto Aécio Neves prometem manter e expandir se vencerem a eleição.

O desafio do ensino técnico no Brasil é o tema da segunda semana da cobertura especial de eleições da BBC Brasil. A falta de mão de obra qualificada foi um assunto destacado por leitores em uma consulta promovida pelo #salasocial – o projeto da BBC Brasil que usa as redes sociais como fonte de histórias originais – e apontado como um dos temas que deveriam receber mais atenção por parte dos candidatos presidenciais.

Saiba Mais: bbc