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Ex-mulher de Cabral, prima de Aécio Neves, depõe na PF

Da Exame:

 

A ex-mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, Susana Neves Cabral, deixou no início da tarde desta quinta-feira, 26, a sede da Polícia Federal, na capital fluminense, onde foi levada por condução coercitiva para prestar depoimento.

Ela é suspeita de ser beneficiária do esquema de corrupção comandado pelo ex-marido e investigado na Operação Eficiência, deflagrada nesta quinta como um dos desdobramentos da Lava Jato no Rio.

Susana passou cerca de duas horas na sede da Polícia Federal, onde chegou logo depois das 10h da manhã e saiu pouco antes do meio-dia.

Mais cedo, o advogado de Susana, Sérgio Riera, disse que sua cliente não tem qualquer envolvimento com o esquema de corrupção que seria capitaneado por Cabral. E que o filho dela com o ex-governador, Marco Antônio Cabral, também não está envolvido.

Segundo Riera, ela recebia pagamentos do ex-marido como uma espécie de pensão, mas não tinha ideia da origem desses recursos.

O advogado afirmou que sua cliente estava tranquila e que responderia a todas as perguntas dos policiais. “Ela se surpreendeu, porque não recebeu em nenhum momento intimação para prestar depoimento. Curiosamente optaram pelo instrumento da condução coercitiva. Acho isso uma violência”, declarou o advogado.

A operação deflagrada nesta quinta apura a ocultação de mais de US$ 100 milhões no exterior por Sérgio Cabral, detido no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste da capital fluminense.

A ex-mulher e Maurício Cabral, irmão do ex-governador, estão entre os alvos das investigações na condição de beneficiários dos recursos ilícitos.

Suas contas e de suas empresas receberam altas quantias ocultadas pela organização, segundo o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro.

Endereços comerciais de Susana também foram alvo de mandados de busca e apreensão. Tanto ela quanto Maurício tiveram mandados de condução coercitiva decretados para que prestassem depoimento à Justiça.

Susana é assessora do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), contratada em agosto do ano passado, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo em dezembro.

A ex-mulher de Cabral é de família tradicional na política – é prima do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do vice-governador do Rio, Francisco Dornelles (PP).

Na operação Calicute, a ex-mulher de Cabral não foi alvo, mas a denúncia apresentada pela força-tarefa da Lava Jato do Rio informa que ela recebeu R$ 883.045 oriundos do esquema que teria sido montado pelo ex-governador.

Segundo o documento, Susana recebeu ao menos 13 vezes dinheiro de recursos ilícitos da organização criminosa, entre 2014 e 2016.

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