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Ganho de votos de Dilma no 2º turno não tem relação com Bolsa Família, segundo estudo

 

A discussão sobre o peso que o Nordeste teve na reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), sobretudo nos municípios mais beneficiados pelo programa Bolsa Família, esconde um detalhe. Por mais que Dilma tenha tido votação expressiva nessa região no segundo turno, como é fácil comprovar, a candidata do PT venceu a eleição pelos votos a mais que conquistou fora do Nordeste e independentemente do Bolsa Família.

O Núcleo de Jornalismo de Dados do GLOBO repetiu o teste realizado com os resultados do segundo turno da eleição presidencial para a relação entre a votação da presidente Dilma e a proporção de famílias que recebem o Bolsa Família nos mais de 5,5 mil municípios. Como o esperado, há uma associação entre a proporção de votos da candidata do PT e o programa federal.

Ou seja, a votação de Dilma cresceu conforme a maior proporção de cidades beneficiadas pelo Bolsa Família. Testes como esses são apenas indícios, não podem ser usados para explicar como o eleitor individualmente decidiu o seu voto, já que a unidade de referência utilizada foi o comportamento geral nos municípios. Outro problema é que a análise utiliza apenas um indicador, sem considerar outras variáveis como PIB nos municípios, aspectos políticos locais, entre outros.

Embora com essa limitação, há uma indicação bastante interessante nos dados. Se a candidata do PT dependesse apenas desses votos não seria reeleita. Um segundo teste, agora considerando o ganho de votos de Dilma entre o primeiro e o segundo turno e a sua relação com o Bolsa Família nos municípios mostra que não houve qualquer associação. Dilma conquistou votos independentemente da maior ou menor proporção de beneficiários do Bolsa Família.

 

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O GLOBO