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García Márquez morre aos 87 anos na Cidade do México

 

O colombiano Gabriel García Márquez, romancista, contista e roteirista morreu aos 87 anos de idade na Cidade do México. Considerado um dos autores mais importantes do século 20, começou sua carreira como jornalista enquanto estudava Direito na Universidade Nacional da Colômbia.

García Márquez escreveu muitas obras de não-ficção aclamadas e contos. É mais conhecido por seus romances, incluindo “Cem Anos de Solidão”, “O Outono do Patriarca” e “O Amor nos Tempos do Cólera”. Presenteou seus leitores com o realismo mágico, que combina fatos e fantasia.

Nasceu em Aracataca em 6 de março de 1928.

Ele passou a infância sob os cuidados dos avós maternos, o coronel Nicolás Ricardo Márquez Mejía, veterano da guerra dos Mil Dias, da Colômbia, e Tranquilina Iguarán.

O escritor sempre disse que a semente de seu estilo e de sua imaginação está nesta parte de sua vida, no casarão onde sua avó contava histórias de fantasmas como se fossem a coisa mais normal do mundo.

Aos 12 anos, García Márquez ganhou uma bolsa de estudos para um internato em Zipaquirá, cidade perto de Bogotá.

Os anos no internato foram decisivos para a formação do escritor, que passava as tardes de sábado e domingo devorando obras de Julio Verne e Alexandre Dumas.

Em 1950, García Márquez conheceu em Barranquilla um grupo de jovens intelectuais formado por Álvaro Cepeda Samudio, Alfonso Fuenmayor e Germán Vargas. Estes o apresentaram a Ramón Vinyes, chamado na época de o “sábio catalão”. 

A influência deste grupo seria grande. Eles foram os melhores amigos do escritor e conseguiram para ele um emprego no jornal El Heraldo de Barranquilla e introduziram em sua vida o melhor da literatura moderna com autores como Faulkner, Hemingway, Joyce, Kafka e Virginia Woolf.

Em 1951 García Márquez já havia escrito seu primeiro romance, “La Hojarasca”, que só foi publicado anos mais tarde.

As viagens de García Márquez levaram o escritor a vários lugares da America Latina e Caribe, entre eles, Havana, onde, em 1960, trabalhou na agência de notícias criada pelo governo cubano, Prensa Latina, depois da Revolução.

Nesta ocasião começou seu interesse pela ilha e sua amizade com Fidel Castro.

O escritor também trabalhou em Caracas e Nova York até chegar à Cidade do México, exatamente no dia em outro escritor e um de seus mestres, Ernest Hemingway, morreu.

Na capital mexicana trabalhou como roteirista de cinema, editor, publicitário e jornalista. E foi na Cidade do México que ele escreveu “Cem Anos de Solidão”.

Recebeu o Nobel de Literatura em 1982 pelo conjunto do trabalho. Foi o primeiro colombiano e quarto latino-americano a ganhar o prêmio e, na ocasião, agradeceu com um discurso intitulado “A solidão na América Latina”.

“El Gabo”, como era conhecido na América Latina, continuou escrevendo até o final da década de 90, mas diminuiu o ritmo a partir de 1999, quando recebeu o diagnóstico de um câncer linfático. Em 2002, ainda em tratamento, publicou sua autobiografia, “Viver para contar”.

Em 2006, foi diagnosticado com a doença de Alzheimer. Seu câncer começou a se espalhar para os pulmões, nódulos linfáticos e o fígado. Estava internado com pneumonia, infecção e desidratação.

Ele deixa sua esposa Mercedes Bercha e dois filhos, Rodrigo e Gonzalo. Suas últimas palavras foram para os jornalistas que davam plantão em busca de notícias sobre ele: “Eles estão loucos? O que fazem lá fora? Que vão trabalhar, façam algo útil”.

 

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