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Grupo Clarín ataca artistas favoráveis a Cristina Kirchner

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Afinal, artistas têm ou não têm o direito de assumirem publicamente suas posições políticas e ideológicas? Esta interessante discussão ganhou força agora aqui na Argentina.

Tudo começou depois das declarações do ator e todo-poderoso gerente de programação do Canal Trece, do grupo Clarín, Adrián Suar em um programa de TV. Entre outras coisas, Suar afirmou que a maioria dos atores que se identifica e apoia publicamente o governo de Cristina Kirchner o faz por dinheiro ou por interesses que nada têm a ver com suas reais convicções. A crítica também foi dirigida aos chamados atores militantes, que, segundo Suar, são pouco inteligentes por tornar públicas posições ideológicas e/ou partidárias, correndo o risco de se depreciarem.

As declarações de Suar revoltaram o meio artístico argentino. A resposta mais contundente veio da Associação Argentina de Atores, presidida pela atriz Alejandra Darín, irmã mais nova do famoso ator Ricardo Darín, um artista que nunca escondeu seu apoio às políticas públicas do governo Kirchner – e que nunca esteve depreciado, muito pelo contrário, é um dos atores argentinos mais prestigiados da Argentina e do mundo.

Em um comunicado, a entidade afirmou:

“É comum encontrar no setor empresarial essa aversão à participação política de seus funcionários, às ideologias e, inclusive, à conscientização dos trabalhadores quando estes decidem se agrupar e se sindicalizar. O sonho de um mundo sem sindicatos que cuidem dos direitos dos trabalhadores se torna explícito na permanente intenção de manter o trabalho precário. E não satisfeitos com isso, como neste caso, pretendem a assepsia do pensamento dos atores, ávidos por continuar mantendo-os dentro da “ficção”, essa que intencionalmente tenta trocar nosso trabalho e arte por espetacularização, fora da realidade. (…) Custou-nos, e ainda nos custa, e continuamos lutando para que os empresários do setor, Suar entre eles, reconheçam plenamente nossa condição de trabalhadores e respeitem integralmente nossos direitos trabalhistas. Era o que faltava, que um representante do setor empresário pretenda dar-nos seu certificado de bons cidadãos e nos diga o que devemos ou não devemos dizer.”

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