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“Isso mostra quão difícil é governar”, diz Gilmar sobre desastres de Temer

Do Valor:

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes minimizou os efeitos da substituição de dois ministros do governo interino do presidente Michel Temer. “É um governo provisório, que faz experimento e que teve que compor numa situação de emergência”, disse o ministro.

O primeiro a cair foi Romero Jucá, do Planejamento. O segundo foi Fabiano Silveira, da Transparência. Os dois foram gravados pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

“Então, não é surpresa que haja esse tipo de situação. Depois também, a Lava-Jato tem tido uma repercussão enorme e ampla irradiação no sistema político. Então, a mim parece que isso é pouco inevitável”, disse o ministro.

O Palácio do Planalto confirmou, ontem à noite, a demissão do titular do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Martins Silveira. É a segunda baixa em 18 dias de governo interino do presidente Michel Temer. Na última segunda-feira, o então ministro do Planejamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), do núcleo mais próximo de Temer, foi exonerado pelo mesmo motivo que Silveira: envolvimento na Operação Lava-Jato.

Para ele, as baixas não devem influir no processo de impeachment que a presidente afastada Dilma Rousseff enfrenta no Senado Federal. “Não vejo essa repercussão. Agora, isso como mostra quão difícil é governar, é ter estabilidade, especialmente num quadro dessa dificuldade”, disse ele.

Ele afirmou ainda que um governo provisório, que ainda depende do impeachment, tem que compor um governo com essa perspectiva. Ele citou ainda as reformas que já foram sugeridas pelo governo interino. “Tem que fazer reforma, precisa de ter apoio na Câmara e no Senado”, ressaltou o ministro do Supremo.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem defendido a necessidade de reformar as regras da Previdência.

“Em geral, operar na lógica da segunda melhor opção, né… Nunca a melhor opção: ‘Ah, quero fazer um governo de notáveis ou coisa do tipo’, tem que conversar com os russos né?”, disse Gilmar.