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Jovem que chamou goleiro de macaco tem a casa apedrejada

 

Com medo de ataques após a divulgação das imagens do jogo da última quinta-feira entre Grêmio e Santos na Arena, a jovem Patrícia Moreira da Silva, 23 anos – que foi flagrada chamando o goleiro santista Aranha de macaco –, fechou a residência, saiu de casa e buscou refúgio com parentes. O temor de Patrícia tem uma justificativa. Na noite da última sexta-feira, um vizinho tocou pedras numa janela, o que causou indignação entre os moradores.

Isso porque Patrícia é bem-vista na região. Residente de um bairro popular na zona norte de Porto Alegre, ela convive diariamente com uma maioria de vizinhos negros, como constatou ZH na manhã deste sábado. Um deles, que é amigo dela desde a infância, garante que a jovem não é racista.

– Nos criamos juntos e nunca sofri um ato de racismo da parte dela, bem como nenhum familiar meu. Hoje existe uma onda com relação ao racismo. Eu, enquanto pessoa negra, não me ofendi pela situação – afirma Misael Chaves.

Em nome da família, que ainda não está se manifestando, o afilhado dos pais de Patrícia, José Luís Assunção, lamenta a raiva pública, manifestada principalmente nas redes sociais, e espera que ela seja perdoada:

– Foi uma cena lamentável. Ela é educada com as pessoas e nunca teve problemas aqui, acho que foi empolgação. Em nome da família, quero que ela peça perdão e seja perdoada. Vejo os comentários, muita gente fala em bater, apedrejar. Uma atitude não justifica a outra.

– A gente entende que ela errou. Naquele momento de indignação (com a partida), qualquer um podia ir no embalo. O que não podemos é aceitar. Se tiver de ser punida, tem de ser. Eu apenas lamento – opinou o gremista Volnei Silveira, 53 anos, morador do bairro.

 

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