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Merkel vence na Alemanha, mas parlamento terá pela primeira vez representantes da extrema direita

Angela Merkel foi reeleita, mas o grande vitorioso desta eleição foi o partido AfD, de Jörg Meuthen

Do El País

Mais quatro anos de Angela Merkel. O partido da chanceler alemã venceu as eleições pela quarta vez consecutiva e por uma folgada maioria, segundo as primeiras pesquisas após o fechamento das urnas. A União Cristã-Democrata (CDU) teria obtido 32,9% dos votos, segundo os dados preliminares publicados pela rede de televisão pública ARD, seguido pelo partido social democrata (SPD), que teria conseguido 20,8% dos votos, uma derrocada histórica com pior resultado desde 1949. “Esperávamos um resultado melhor”, reconheceu Merkel, que lembrou a todos que seu partido ainda é o mais forte e que não pode haver coalisão de Governo sem eles. Mas não é segredo que a CDU que terá dificuldade em buscar um sócio para formar uma coalizão com maioria suficiente para poder governar.

Os resultados extra-oficiais confirmam, também, uma notícia que já era temida: um partido de extrema-direita entrará no Parlamento pela primeira vez com uma representação muito acima dos 5% necessários para chegar ao parlamento alemão, o Bundestag. Com um discurso xenófobo e contrário ao Euro, o Alternativa pela Alemanha (Afd) teria conquistado 13,1% dos votos.

O nervosismo diante da perspectiva do desembarque do Afd em Bundestag é patente entre a classe política alemã. “Seu voto conta. Quem não vota deixa que os outros decidam por eles o futuro do país. Talvez nunca tenha sido tão claro como agora estas eleições também tratam do futuro da democracia”, pedia nesta manhã o presidente alemão Frank Walter Steinmeier, na edição oficial do diário Bild.

Radicalismos à parte, os alemães votaram pelo continuísmo e pela estabilidade representados na visão de muitos pela chanceler, Angela Merkel, que já acumula 12 anos à frente do Governo do país. Para grande parte da população, ela significa a estabilidade, em um mundo convulsionado ocupado por Trump, Erdogan e Kim Jong-un. Também representa a assertividade e a firmeza necessárias para fazer frente às ameaças internacionais. Além disso, Merkel é, para seus eleitores, a artífice de um período econômico que, apesar da enorme desigualdade existente no país e dos prejuízos causados no exterior por sua política comercial, promoveu níveis elevados de bem-estar para milhões de cidadãos alemães.

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