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Milhares vão às ruas pedindo que governo declare emergência alimentar. Venezuela? Não, Argentina

 

Da AFP:

Milhares de argentinos renovaram, nesta segunda-feira, seus votos por São Caetano, no dia do patrono do pão e do trabalho para os católicos, em uma marcha de organizações sociais e sindicatos que pedem ao governo para declarar estado emergência alimentar.

Sob o lema “Pão, paz, terra, teto e trabalho”, a marcha foi, à tarde, até a Praça de Maio pedir ao presidente Mauricio Macri fundos excepcionais para cozinhas das escolas e comunitárias, além de expressar sua insatisfação com a política econômica.

Eles também entregaram uma petição com milhares de assinaturas ao Congresso Nacional, solicitando que os legisladores incentivem a lei de declaração de emergência alimentar.

“As políticas econômicas do governo geram milhares de demissões e deixam cada vez mais pessoas em situação de pobreza e de fome”, disseram os convocadores da marcha em um comunicado.

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Nas primeiras horas desta segunda, uma enorme procissão de peregrinos foi até a igreja de São Caetano, no bairro de Liniers, onde começaram a marcha de 17 quilômetros até a Plaza de Mayo.

“Venha há dez anos acompanhado de meu pai, que vem há 30”, disse à AFP Marina García, um dos fieis que esperou por horas para tocar a imagem do santo.

Ao redor da igreja, dezenas de fieis passaram a noite em tendas improvisadas para serem os primeiros a entrar na igreja.

“O grande desafio que temos é que nosso povo tenha um trabalho digno, genuíno”, disse o padre Roberto Quiroga. “As pessoas querem trabalhar, pedem isso todo dia aqui”.

A Argentina, terceira economia da América Latina, começou a dar sinais de incipiente recuperação de 0,3% no primeiro trimestre do ano, após o PIB recuar 2,3% em 2016.

Apesar disso, o desemprego subiu a 9,2% no primeiro trimestre, ante 7,6% no fim de 2016. Na periferia da capital argentina, onde vivem cerca de 8 milhões de pessoas, o índice chega a 11,8%.