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“Não foi por mágoa ou raiva”: Marina diz por que se filiou ao PSB

A ex-ministra Marina Silva condenou, em entrevista ao Estado de São Paulo, a articulação do governo petista para impedir o surgimento da Rede. “Eu não fiz isso (filiar-se ao PSB), em hipótese alguma, por mágoa ou raiva. Fiz em legítima defesa. Em legítima defesa da democracia, de poder discutir ideias, do direito de discutir e debater propostas, o que nos estava sendo negado.” Emocionada, disse que o PT, partido onde exerceu a maior parte de sua trajetória, precisa ficar atento a desvios que podem levá-lo ao autoritarismo. Ela nega desejo de se vingar do PT, mas diz que a sentença sobre sua decisão será dada pela história.

Sobre as alianças estaduais diante do novo quadro eleitoral, a ex-senadora anunciou que haverá readequações e já avisou que, por incompatibilidade de ideias, não imagina ver o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) no palanque.

Por que a sra. foi para o PSB?
Acho que é uma grande ambição, de que a política pode ser melhor, de que o Brasil possa ser melhor. É uma ambição saudável e não vou abrir mão. Foi por ela que eu saí do PT. O que passei até a decisão de conversar com o Eduardo Campos e selarmos a aliança programática não chega nem perto do sofrimento que eu passei na decisão de sair do PT. É porque eu acredito que o sonho não pode parar. A história não para. Alguém tem que continuar. É engraçado que foi muito bom poder ficar recordando esses dias todos. Quando o Lula fez o movimento no ABC e quis transformar aquele movimento em um partido político foi muito incompreendido, pelo PMDB, que dizia que iria dividir as oposições, pelos partidos marxistas-leninistas que tentavam rotulá-lo de ser um partido para fazer o jogo da direita. E de uma forma diferente, sem a força do Lula, de repente eu me vi numa situação de alguma forma parecida.

O governo Dilma foi “chavista”, como a sra. teria dito, ao patrocinar o projeto que restringia a criação de novos partidos?
Quando me referi à ideia do chavismo foi no espaço do comportamento político, de que não possa prosperar outra força política.

A senhora fará um acerto de contas com o PT?
O PT é um dos partidos mais poderosos já existente na América Latina e eu não teria força para um acerto de contas. Eu não fiz isso, em hipótese alguma, por mágoa ou raiva. Fiz em legítima defesa. Em legítima defesa da democracia, de poder discutir ideias, do direito de discutir e debater propostas, o que nos estava sendo negado. Agora a gente tem chance de colocar para discutir o PT, o PSDB, a Rede e o PSB. Apresentem suas ideias, suas propostas para o Brasil.

 

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