Apoie o DCM

Nova Secretária de Mulheres é contra o aborto mesmo em caso de estupro

Do Globo:

 

A ex-deputada federal e socióloga Fátima Pelaes é a nova Secretária Nacional de Políticas para as Mulheres. Ela participou nesta terça de seu primeiro ato público no cargo. Na reunião do presidente interino Michel Temer com secretários de Segurança Pública, no Ministério da Justiça, Pelaes sentou-se ao lado direito do peemedebista. Foi citado por ele. Mesmo sem ter sido nomeada oficialmente, com publicação no Diário Oficial, a placa em frente a ela a identificava como secretária da área. Foi deputada federal por quatro vezes, pelo PMDB do Amapá.

A nova secretária tem um perfil bem diferente das últimas secretárias da área, de postura mais liberal em temas polêmicos, como o aborto. Fátima Pelaes é contra o aborto mesmo em casos extremos, como o estupro. Ela já fez um relato na Câmara, em 2010, quando revelou que é fruto de um ato dessa natureza. Sua mãe, que estava presa, engravidou após ser vítima de um estupro. Pelaes não conhece a identidade do pai.

Fátima Pelaes é evangélica e já foi a favor do aborto. Mudou de opinião quando se converteu e tornou-se uma religiosa fervorosa.

— Essa mulher hoje aqui no Congresso nasceu dentro de uma penitenciária. Nasceu de uma mulher que pagava pena ali por ter cometido crime passional. Já tinha cinco filhas e foi ali abusada. E esta mulher que está aqui hoje nasceu e não sabe quem é seu pai. Ela pensou sim no aborto, porque não se imaginava que uma mulher encarcerada, que já criava uma filha ali, poderia continuar essa gravidez. Ela me pediu perdão quando me tornei adulta — relatou Fátima Pelaes, que, em seguida, defendeu ser contrária ao aborto.

— E hoje estou aqui podendo dizer e defender que a vida começa na hora da concepção sim. Se há tempos atrás tivesse feito isso (aborto) não estaria aqui hoje. A gente tem que pensar que dá-se um jeito, consegue sobreviver. Não é fácil, mas é possível. Só eu sei a dor. Aprendi isso no dia a dia — disse a então deputada, que lembrou já ter defendido a prática do aborto.