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PM divulga dados de testemunhas de chacina em Osasco e Barueri

Da Folha:

 

A investigação da Polícia Militar do governo Geraldo Alckmin (PSDB) para apurar a chacina que deixou 19 mortos no mês passado na Grande São Paulo expõe dados completos de testemunhas que depuseram contra PMs suspeitos pelo crime.

Pelo menos quatro pessoas ouvidas tiveram seus dados (nome, filiação, endereços residencial e comercial, telefones) divulgados no processo em trâmite, sem nenhum sigilo, na Justiça Militar.

Já na investigação a cargo da Polícia Civil foi decretado segredo de Justiça.

Uma das testemunhas expostas pela Corregedoria da Polícia Militar é um tenente da reserva que, em entrevista à Folha, contou ter recebido ameaças de morte em ligações anônimas e pelas redes sociais.

Ele afirma que vai processar o Estado por danos morais e pela exposição indevida de sua vida. “Meu depoimento foi completamente distorcido. Meu nome foi vinculado como parte, não como testemunha”, disse.

Ele prestou depoimento à Corregedoria da PM na condição de segurança de uma casa noturna na zona norte.

Na noite do crime, no último dia 13, sete PMs foram ao local para uma confraternização, o que chamou sua atenção, já que todos atuavam em área de Osasco onde ocorreram os crimes.

Todos os sete policiais integram o policiamento de moto do 42º Batalhão de Osasco. Eles foram liberados do serviço às 23h, minutos depois dos últimos ataques.

A investigação da Corregedoria da PM diz que os policiais saíram para “comemorar as ações que acobertaram ou que tenham participação”.