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Polícia dos EUA mata dois homens em exposição de caricaturas de Maomé

 

Da DW:

 

A polícia do estado americano do Texas matou neste domingo (03/05) dois homens que haviam disparado tiros em frente a uma mostra e competição de caricaturas do profeta Maomé. O evento, em Dallas, foi organizada por um grupo anti-islâmico e contou com a presença do controverso político holandês de extrema direita Geert Wilders.

As autoridades estão investigando a identidade dos atiradores e, de acordo com a polícia, ainda não está claro se o incidente da noite deste domingo teve relação com a exposição. Os dois homens atiraram contra um guarda, que foi atingido no tornozelo, levado a um hospital e liberado.

Como precaução, um esquadrão antibomba foi acionado para inspecionar o carro dos dois suspeitos. As imediações do Culwell Center, que abrigava a exposição, também foram evacuadas, disse o porta-voz da polícia Joe Harn. Cerca de 200 pessoas estavam no local.

Apesar de a autoria do ataque no subúrbio de Dallas ainda não ter sido reivindicada, ele lembra o atentado ao jornal satírico parisiense Charlie Hebdo, que publicou caricaturas de Maomé. O incidente na capital em francesa, em janeiro, deixou 12 mortos.

A “Exposição artística e competição Maomé”, em Dallas, foi realizada pela Iniciativa Americana de Defesa à Liberdade (AFDI, na sigla em inglês), criticada por patrocinar campanhas anti-islâmicas em meios de transporte dos EUA. Segundo os organizadores, o evento tinha como objetivo promover a liberdade de expressão. Foi oferecido um prêmio de 10 mil dólares para a melhor caricatura ou obra de arte retratando o profeta – o que é considerado uma ofensa por seguidores do islã.

Conhecido por sua campanha anti-islã, o controverso Wilders – que figura em todas as listas da Al Qaeda –, discursou no evento. “Maomé lutou e aterrorizou as pessoas com espadas. Hoje lutamos contra Maomé e seus seguidores com uma caneta. A caneta e os desenhos vão provar serem mais poderosos que a espada”, declarou. Após o tiroteio, o político se disse chocado.

Os organizadores da mostra afirmaram que haviam reforçado o esquema de segurança do evento devido ao risco de ataque.