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Renan diz que PF usa “métodos fascistas” e pede a cabeça de ministro da Justiça

Da Zero Hora:

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusou a Polícia Federal de ter se valido de “métodos fascistas” nunca adotados sequer na “ditadura” na operação que levou à prisão, na sexta-feia, quatro policiais legislativos da Casa.

O peemedebista anunciou que a Advocacia do Senado vai entrar até esta terça-feira, no Supremo Tribunal Federal (STF), com uma ação para defender as prerrogativas de atuação da Polícia Legislativa, chamou o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, de “chefete de polícia” e ainda classificou o juiz Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela Operação Métis, de “juizeco” por decretar uma ordem contra o Senado.

— Tenho ódio e nojo a métodos fascistas. Como presidente do Senado, cabe a mim repeli-los — disse Renan, numa rara entrevista coletiva em seu gabinete, que foi acompanhada por policiais legislativos.

Renan voltou a criticar o ministro da Justiça, Alexandre Moraes.

— É lamentável que isso aconteça, um espetáculo inusitado, que nem a ditadura fez, com a participação do ministro do governo, que não tem se portado como um ministro de Estado, no máximo como um ministro circunstancial de governo, chefete de polícia — reclamou.

O presidente do Senado, contudo, disse que não sugeriu a demissão de Moraes ao presidente Michel Temer. Os dois conversaram após a operação ter sido deflagrada.

— Não cabe ao presidente do Congresso tratar de substituição ou destituição de ministro, mas lamento que ele tenha se comportado dessa forma, falando mais do que devia, dando bom dia a cavalo — disse Renan.

Renan esquivou-se de responder se vai manter no cargo o diretor de Polícia Legislativa da Casa, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, preso na última sexta-feira, sob a acusação de liderar um suposto esquema de tentativa de embaraçar a Operação Lava-Jato. O diretor estava no cargo havia 11 anos e teve contra si decretado o afastamento das funções públicas por ordem da 10ª Vara Federal de Brasília, responsável por deflagrar a operação.

— A decisão não é minha, é de quem o prendeu — disse Renan, sobre se Pedro Carvalho vai permanecer no cargo.